Antônio Augusto de Lima
(Por Carmo Chagas – publicado na edição nº 762, de 04/12/2013)
Nascido em 05 de abril de 1859, em Sabará, Antônio Augusto de Minas criou a fama de menino burro, por causa de um incidente nos tempos em que era alfabetizado. Viu no livro a frase “a águia voa altaneira” e avisou padre: “Há um erro aqui no livro, onde está escrito que águia voa”. O padre: “Agulha pode voar, sim. Burro como você é que não voa”.
Na verdade, era extraordinariamente inteligente, profundo conhecedor do latim, escrevia e falava português perfeito, castiço. Formou-se advogado em São Paulo. Advogou e foi juiz, antes de se dedicar à atividade política, em que começou como chefe de polícia para todo o Estado de Minas. Defensor da mudança da capital mineira para Belo Horizonte, recebeu o seguinte telegrama do barão de Lucena, ministro da Justiça, em março de 1891: “Aceita governo Estado, condição mudar capital”? Respondeu assim: “Aceito governo Estado, condição agir inteira liberdade”. Foi nomeado e governou Minas de 18 de março a 16 de junho de 1891.
Jornalista, músico, compositor e escritor, Antônio Augusto de Lima dirigiu por muitos anos o Arquivo Público Mineiro, foi membro da Academia Mineira de Letras, lecionou na Faculdade de Direito de Belo Horizonte, elegeu-se e reelegeu-se deputado federal entre 1910 e 1930. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 22 de abril de 1934.
Causo
Outro causo que revela a astúcia do político mineiro ocorreu em Pará de Minas, quando Gustavo Capanema discursava em um comício concorridíssimo, em que ele citava verbas e cifras fazendo questão de dizer os números todos, desde os bilhões até os centavos. Um assessor pergunta:
– Por que tantos quebradinhos, doutor?
Capanema esclarece:
– Para mentir, é preciso ser preciosista. Assim, ninguém percebe que você está mentindo.