Manoel Fernandes da Silva
Publicado na edição nº 336. Texto e fotos de Mauro Senra.
Esse português, vindo de uma vila de pescadores da freguesia da Câmara de Lobos, Ilha da Madeira, tornou-se um dos grandes panificadores de Além Paraíba. Homem simples e trabalhador que deixou muito moço as terras lusitanas, prosperou honestamente, juntamente com sua esposa, tendo trabalhado cortando lenha e fazendo pães, biscoito e brevidades que são lembradas até os dias de hoje.
Nasceu no dia 19 de fevereiro de 1872, no Sitio da Torre, na Ilha da Madeira, e era filho do lavrador Manoel Fernandes da Silva e de Silvéria Augusta de Jesus. Do lado paterno era neto de João Fernandes da Silva e Joaquina Maria; do lado materno de Antônio Pereira e de D. Maria Joaquina.
Com apenas dezessete anos de idade, junto de seu irmão Francisco Fernandes da Silva, veio para o Brasil num vapor alemão, embarcando em Funchal e desembarcando no porto do Rio de Janeiro. No Brasil, seu irmão tornou-se maquinista de ferrovia, vivendo na cidade de Sete Lagoas e casando-se com Izabel Fernandes da Silva. Tiveram uma única filha, Zena Fernandes da Silva. Na ilha da Madeira deixou duas irmãs: Firmina Matilde Fernandes da Silva Abreu e Georgina Eulália Fernandes da Silva.
Manoel Fernandes da Silva tornou-se padeiro em Além Paraíba. Sua primeira padaria foi em Jamapará, tendo se transferido para Porto Novo, onde criou a Padaria Progresso que ficava na Rua Adão Araújo, ao lado da garagem dos bondes e em frente a Fábrica de Papel Santa Maria. Com muito trabalho e dedicação, esse português simples prosperou, investindo também em imóveis, tornando-se um dos maiores proprietários do bairro, possuindo mais de trinta casas.
Em 31 de dezembro de 1913, na cidade de Três Rios, casou-se com Emygdia Fernandes da Silva, natural da cidade de Carmo, Estado do Rio, que nasceu em 1881 e era filha da ex-escrava Luíza da Conceição e filha adotiva de sua madrinha Arminda Bastos. De seu casamento nasceram três filhos: Georgina Fernandes da Silva; Manoel Fernandes da Silva Filho, casado com Carmem Tepedino da Silva; e Waldyr Fernandes da Silva, casado com a professora Bernardina Senra Fernandes.
Em 1928 voltou à sua terra natal juntamente com seu filho Manoelzinho e trouxe para o Brasil dois sobrinhos: Zezinho e João da Silva Abreu. Pertenceu à Loja Maçônica “Aspásia Hiram do Parahyba”.
Foi um esposo e pai amoroso, um avô afetivo e um amigo fiel. Faleceu em Além Paraíba no dia 18 de maio de 1964, com noventa e três anos de idade. Sua esposa Emygdia faleceu em 1º de fevereiro de 1984, com cento e três anos de idade.