domingo, maio 5, 2024
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Luto na música brasileira: Serginho Trombone morre, aos 70 anos, no Rio

Instrumentista teve passagem gloriosa em Além Paraíba, ocasião em que fez parte do Conjunto Vanguarda. Artista sofreu uma parada cardíaca e não resistiu.

Sergio Fernando de Souza, o Serginho Trombone, instrumentista conceituado no cenário musical brasileiro, tocou com nomes como Tim Maia, Barão Vermelho, Jorge Ben Jor, Gal Costa e outros grandes nomes da MPB.

A música brasileira perdeu um grande instrumentista na manhã do dia 07 de abril. O trombonista Sergio Fernando de Souza, o Serginho Trombone, que também era compositor e arranjador faleceu em decorrência de uma parada cardíaca no Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Ele tinha 70 anos e estava internado na unidade hospitalar desde o dia 5 por causa de dores abdominais sendo que, no seguinte, passou por uma cirurgia de emergência onde foi detectada a presença de um tumor intestinal que foi retirado com sucesso. Devido o seu sobrepeso e a idade, Serginho não resistiu e acabou falecendo.

O instrumentista era conceituado no cenário musical brasileiro, tendo tocado com nomes como Tim Maia, Barão Vermelho, Jorge Ben Jor, Gal Costa e outros. Inclusive, ele tinha fãs ilustres como o cantor Roberto Frejat (Barão Vermelho), que lamentou a perda em seu perfil oficial no Instagran. “A música perdeu Serginho Trombone. Choro, lamento, resmungo me perguntando: por que tão cedo? Um amigo muito querido, músico e arranjador extraordinário e botafoguense doente. Siga por um caminho de luz, amigo! A gente daqui já sente saudade”, lamentou.

“Eu acho que ele escreveu páginas maravilhosas da MPB. Um cara que criou um outro caminho na música brasileira. Além de trombonista extremamente original, ele tinha uma linguagem muito pessoal. Ele também foi um arranjador incrível. Serginho é uma pessoa querida para todo mundo, um rei”, disse o amigo saxofonista Léo Gandelman.

O sepultamento aconteceu no dia seguinte (8), no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, na Zona Oeste carioca.

Serginho e o Conjunto Vanguarda

Pelos idos dos anos da década de 1970, ocasião em que o Conjunto Vanguarda foi adquirido pelo empresário Hélio Fazolato, o grupo que foi criado nas dependências do Colégio Além Paraíba passou por uma mudança radical, se transformando numa referência por toda a região e além fronteiras.

Da formação anterior restaram poucos integrantes, Manteiga (contrabaixista) e Nescau (saxofone), tendo Hélio Fazolato importado grandes instrumentistas, entre eles o trombonista Sérgio Fernando de Souza, o Serginho Trombone, então integrante da Banda Seroma que acompanhava Tim Maia em shows e gravações. Ainda vieram Bartolo (pistonista), Tado (baterista), Hilário (saxofonista), Luizinho (cantor), Danilo (tecladista) e Abóbora (cantor). Ao grupo também passou a integrar Guto Araujo (guitarrista), filho de tradicional família da Vila Laroca.

A banda, como a geração alemparaibana da época tratava o Vanguarda, fez sucesso imediato, sendo requisitada para bailes e shows por toda região tamanha a qualidade musical e o repertório de fino gosto, com hits do momento e grandes sucessos internacionais. Vale ressaltar, tal qualidade foi adquirida justamente pela energia com que Serginho, escolhido para ser o maestro e arranjador do grupo, impunha aos companheiros nos ensaios, bailes e shows. Durante anos consecutivos, o Vanguarda foi uma referência no meio musical, disputando em igualdade de condições com grandes grupos da época que brilhavam nos bailes promovidos em clubes, como Casanovas, Rancho, The Jones, Cry Babys, Revolution e outros.

Fontes: G1, Jornal Gonçalense e outros.

Veiculado na edição 1095, de 15/04/2020

An Quim