Pfizer estima ter vacina contra COVID-19 já em outubro, mas em pequena escala
Diretora médica da Pfizer, Márjori Dulcine, falou com otimismo sobre andamento dos estudos
A diretora médica do laboratório Pfizer, Márjori Dulcine, disse que a empresa estima fabricar milhões de doses da vacina contra a COVID-19 já a partir de outubro deste ano. Entretanto, segundo ela, a produção em larga escala só deve ocorrer em 2021.
“Se tudo correr bem nas pesquisas que já estão em andamento, esperamos que em outubro ou novembro deste ano nós sejamos capazes de disponibilizar algumas milhões de doses para o mundo. (…) Nós estamos falando de uma vacina poder ser produzida e estar disponível em meses, em menos de 1 ano. A Pfizer, junto com a BioNTech, começou essa pesquisa no final de fevereiro. Em março, houve a 1ª aplicação da dose em 12 participantes na Alemanha. Agora, no início de maio, começou a aplicação nos Estados Unidos”, disse Márjori Dulcine em entrevista ao site Poder 360, neste domingo.
A diretora afirmou, contudo, que este seria um tempo recorde, já que, normalmente, estudos e trabalhos para se criar uma vacina podem até 15 anos.
Mas mesmo que a vacina contra a COVID-19 esteja disponível, ainda é necessário que tratamentos para a doença continuem a ser desenvolvidos. Isto porque, nenhuma vacina tem 100% de eficácia, segundo a diretora da Pfizer.
“É preciso ter tratamentos eficazes, porque a vacina não é 100% de garantia. Nenhuma vacina vai ser. Não existe. Há pessoas que não vão conseguir imunidade a partir da vacina. Então é importante que os tratamentos continuem sendo desenvolvidos. Os antivirais, os medicamentos que vão agir em fase ainda muito precoce, quando a pessoa teve os primeiros contatos com o vírus e começa a ter uma febre, por exemplo. Antes de ir para o hospital, quando entra no hospital. São fases diferentes da doença que precisam ter tratamento”, explicou Márjori Dulcine.
Ação conjunta
O laboratório americano Pfizer trabalha em conjunto com a empresa alemã BioNTech na elaboração da vacina contra o coronavírus, chamada de BNT162.
Ainda segundo Márjori Dulcine, a pesquisa está em fase avançada e já estão sendo realizados testes experimentais em pequenos grupos de humanos.
“Esse estudo tem o objetivo de determinar a segurança e imunogenicidade, o que significa a capacidade do organismo de reagir à vacina e produzir anticorpos. E também a dose ideal”, declarou.
Humberto Martins | https://www.em.com.br/