terça-feira, abril 16, 2024
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JUIZ DE FORA: Sheila, Wilson e Margarida embolados na corrida pela Prefeitura de Juiz de Fora

Akros Pesquisa aponta trio na dianteira entre os pré-candidatos à Prefeitura; diferença entre eles seria de apenas 0,4 pontos percentuais.

Por Renato Salles

Da esquerda para a direita, primeira fileira: Margarida Salomão (PT), Wilson Rezende (PSB), Victória Mello (PSTU), Sheila Oliveira (PSL); segunda fileira: Renato Loures (Progressista), Aloízio Penido (PTC),
Noraldino Júnior (PSC) e Marcos Ribeiro (Rede).
Da esquerda para a direita, primeira fileira: Antônio Almas (PSDB), Lorene Figueiredo (PSOL), João Vitor Garcia (PCdoB) e Marco Felício (PRTB); segunda fileira: José Armando da Silveira (MDB), Ione Barbosa (Republicanos), Eduardo Lucas (Democracia Cristão) e Daniel Giotti (PV).

Levantamento feito pela Akros Pesquisa, divulgado em primeira mão pela Tribuna, mostra um cenário de muito equilíbrio na disputa pela intenção de votos entre pré-candidatos à Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). Segundo a amostragem, que consultou 1.010 eleitores locais entres os dias 1º e 5 de agosto, a deputada estadual Sheila Oliveira (PSL); o empresário Wilson Rezende (PSB), da Rezato; e a deputada federal Margarida Salomão (PT) estão tecnicamente empatados na dianteira da corrida em que o ponto de chegada é o dia 15 de novembro, quando acontece o primeiro turno das eleições que vão definir o nome do sucessor do prefeito Antônio Almas (PSDB) a partir de janeiro de 2021.

De acordo com a pesquisa estimulada, quando são oferecidos aos entrevistados os nomes dos possíveis candidatos colocados como opções, a diferença entre os três seria de 0,4 ponto percentual. A distância, assim, está compreendida dentro da margem de erro do levantamento que é de três pontos para mais ou para menos. Conforme os números do apontamento, Sheila teria 16,3% das intenções de voto, seguida de muito perto por Wilson, que figurou com 16,2% no estudo e por Margarida, que apareceu com 15,9%.

Com Sheila, Wilson e Margarida desgarrados, os demais dez nomes colocados como opções aparecem em um segundo bloco, empatados tecnicamente dentro da margem de erro de três pontos percentuais da pesquisa. Numericamente, a delegada da Polícia Civil Ione Barbosa e o prefeito Antônio Almas (PSDB), que ainda não definiu se tentará ou não a reeleição, têm ligeira vantagem em relação aos demais. Na amostragem, a delegada teria 5,3% das intenções de voto, enquanto o tucano recebeu a preferência de 5,2% dos entrevistados.

Na sequência, aparecem ainda o pastor Aloízio Penido (PTC), com 2,7% das intenções de votos; o médico e presidente licenciado da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, Renato Loures (Progressista), com 1,5%; o procurador da Fazenda Nacional Daniel Giotti (PV), com 0,6%; o empresário Eduardo Lucas (DC); e a professora e sindicalista Lorene Figueiredo (PSOL), ambos com 0,4%; o advogado João Vítor Garcia (PCdoB) e o juiz aposentado José Armando da Silveira (MDB), com 0,3; e o também advogado Marcos Ribeiro (Rede), com 0,2%.

Brancos, nulos e indecisos respondem por mais de um terço dos entrevistados

Dentre os entrevistados, 16% manifestaram a intenção de votar em branco ou nulo e outros 18,7% se disseram indecisos e não responderam ou não souberam dizer em quem pretendem votar nas eleições de novembro. Três dos 16 nomes apontados como pré-candidatos na corrida pela PJF não figuraram como opções na pesquisa estimulada feita pela Akros. Entre eles, o deputado estadual Noraldino Júnior (PSC) que recentemente admitiu à Tribuna a possibilidade de voltar a disputar as eleições, após ter sido candidato a prefeito em 2016. Também não fizeram parte da amostragem, a professora e sindicalista Victória Mello (PSTU) e o general Marco Felício (PRTB).

A consulta da Akros Pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral com o número MG-02281/2020. O recorte também fez a mensuração espontânea de votos, que é quando a pergunta sobre em qual candidato os entrevistados pretendem votar é feita sem a apresentação de nomes. Neste caso, todos citados estariam empatados tecnicamente. Numericamente, Margarida Salomão e Wilson da Rezato foram os mais citados, aparecendo com 5,7% das intenções de voto. Sheila Oliveira foi lembrada por 2,6% dos entrevistados.

Entre aqueles colocados ou especulados como pré-candidatos até aqui aparecem ainda Antônio Almas, com 1,8%; Ione Barbosa, com 0,8%; Noraldino Júnior, com 0,4%; Aloízio Penido, também com 0,4%, além de José Armando da Silveira, Marcos Ribeiro, Lorene Figueiredo e Renato Loures, todos com 0,1% das lembranças.

Nomes não especulados na disputa também foram lembrados na pesquisa espontânea. Entre eles os ex-prefeitos Bruno Siqueira (MDB), lembrado por 0,3% dos entrevistados; e Carlos Alberto Bejani (PSL), citados por 0,1% dos ouvidos. Outra que também foi mencionada foi a vereadora Ana Rossignoli (Patriotas), que apareceu com 0,1% no recorte. Quando não recebe sugestões de nomes como opção de votos, três quartos dos entrevistados (75,6%) se dizem indecisos; e 6% manifestam a intenção de votar branco nulo.

Responsável pela pesquisa ressalta ‘empate propriamente dito’

Responsável técnico pela pesquisa, que foi bancada com recursos da própria Akros, o advogado, cientista político e sociólogo Cristiano Santos afirma que o cenário atual é de “um empate propriamente dito” entre Sheila, Wilson e Margarida. “Muitas vezes, vemos empates técnicos no limite da margem de erro. Mas, em Juiz de Fora, temos um cenário em que percebemos claramente essa igualdade. Não é possível identificar quem está na frente. Se a pesquisa for realizada em um dia, podemos ter um dos três à frente. Se fizer no dia seguinte, outro pode aparecer em primeiro”, avaliou. O cientista político, todavia considera que é possível fazer algumas leituras a partir do resultado do recorte.

“A candidatura da Sheila parece ter tido uma retração em relação a outros levantamentos. Creio que dois fatores podem estar influenciando neste sentido. Um deles é o fator Bolsonaro, uma vez que a rejeição ao presidente tem traçado uma linha crescente. Outro ponto que pode ter pesado foi o posicionamento mais crítico da deputada de maneira muito dura com relação ao Governo do prefeito Antônio Almas. Embora o prefeito não tenha um nível elevado de aprovação de sua gestão, parte da população tem considerado positivas suas ações no enfrentamento da pandemia.

Por outro lado, Cristiano considera que as intenções de voto manifestadas à pré-candidatura da deputada federal Margarida Salomão vive um momento de estagnação. “Margarida e Sheila terão que enfrentar dois sentimentos muito forte na sociedade, que é o antipetismo e o antibolsonarismo”, avalia, lembrando o partido de Margarida e o fato de Sheila ter se elegido deputada estadual pelo PSL em 2018, então partido do presidente Jair Bolsonaro, ora sem legenda. Neste cenário, o cientista político considera que Wilson Rezende se consolidou na disputa pela dianteira da corrida eleitoral. “Em levantamentos anteriores, ele apareceria como uma terceira força, mas agora já aparece em condições de igualdades com as concorrentes nas manifestações de intenção de voto.”

Com relação aos demais candidatos, Cristiano considera que, no momento, a delegada Ione Barbosa mostra certo potencial de crescimento. “Temos um segundo grupo formado por Ione e Almas. No caso do prefeito, vejo o desempenho como um reflexo das ações de combate à pandemia. Assim, Almas tem uma avaliação melhor que a da Administração em si. Já a Ione pode ser considerada como ‘líder dos emergentes’ e pode aparecer como uma quarta força eleitoral, sendo uma alternativa aos três primeiros colocados, podendo crescer no espectro do eleitorado da Sheila, uma vez que, para além das diferenças de atuações políticas, do ponto de vista do eleitorado pode existir similaridades entre as duas pré-candidatas. Os demais ainda aparecem muito pulverizados”, avalia

Detentores de mandato têm maior rejeição

A Akros ainda avaliou sobre os índices de rejeição de 13 possíveis pré-candidatos à Prefeitura de Juiz de Fora. As três primeiras posições são ocupadas por atuais detentores de mandatos. Na dianteira, o prefeito Antônio Almas foi citado por 34,5% dos entrevistados quando a pergunta feita foi em qual dos candidatos o eleitor não votaria. Na sequência, apareceram as deputadas Margarida Salomão, com 23,1% de rejeição, e Sheila Oliveira, com 19,9%.

A pesquisa de rejeição traz ainda Aloízio Penido, com 14,5%; Wilson Rezende (PSB), com 12,1%, João Vítor Garcia, com 11,8%; Renato Loures, com 11,8%; Eduardo Lucas, com 11,6%; Marcos Ribeiro, com 11,5%; Ione Barbosa, com 11,2%; José Armando da Silveira, com 11,1%; Lorene Figueiredo, com 11%; e Daniel Giotti, com 5,3%.

Fonte e fotos: Tribuna de Minas