sexta-feira, abril 19, 2024
BRASIL E MUNDODESTAQUENOTÍCIAS

‘Há um complô contra mim’, brinca Guedes sobre rusga com Bolsonaro

Ministro da Economia já estuda, junto com sua equipe, como agradar ao presidente numa nova fórmula para o substituto do Bolsa Família.

Ministro da Economia Paulo Guedes. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Com a tarefa de entregar um novo desenho do programa Renda Brasil até esta sexta (28), a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, buscou colocar panos quentes nas duras críticas feitas nessa quarta (26) pelo presidente Jair Bolsonaro à proposta inicial de reformulação dos gastos sociais.

Guedes queria extinguir benefícios como o abono salarial para abrir caminho no Orçamento a um benefício de maior valor para a população mais carente, mas Bolsonaro avisou que não vai “tirar de pobres para dar a paupérrimos” e exigiu um novo plano.

Entre técnicos da área econômica, a ordem agora é focar as alternativas de revisão de gastos para bancar o novo programa, que será a marca social do governo, sem alimentar os rumores de desembarque de Guedes que tomaram conta do mercado financeiro após a fala do presidente e que precisaram ser desmentidos pela assessoria do Ministério da Economia.

O ministro, segundo seus auxiliares, tocou normalmente a sua agenda mesmo depois da estocada pública de Bolsonaro. Mas, no mesmo dia dos boatos sobre sua saída, não deixou de brincar com um suposto “complô” para retirá-lo do cargo.

Ao comentar que teria uma reunião com secretários estaduais de Fazenda seguida de uma reunião com prefeitos, Guedes riu e, de acordo com duas pessoas que acompanharam o encontro, disse: “Tem um complô para me derrubar em Brasília”.

Auxiliares do ministro dizem que o barulho em torno das declarações de Bolsonaro hoje é “espuma” e que uma nova proposta será apresentada, ajustada às determinações do presidente.

Dentro da equipe, a percepção é de que o presidente “não é o mais gentil com as palavras”, mas que o tempo será um aliado na discussão do desenho final do Renda Brasil. Na equipe econômica, a visão é que, sem mexer no abono salarial, não há tanto espaço para ampliar o valor do novo benefício, que substituirá o Bolsa Família.

Fonte: O Tempo