quinta-feira, abril 25, 2024
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Após destaque pelo Baeta, juiz-forano Bruninho fecha com o Cuiabá

Meia de 20 anos foi anunciado pelo Dourado, que conquistou acesso histórico para a Série A do Campeonato Brasileiro.

Cuiabá anunciou a contratação de Bruninho em suas redes sociais (Foto: Reprodução Instagram Cuiabá)

Se coletivamente o Tupynambás passou por maus bocados em 2020, individualmente alguns nomes aproveitaram as oportunidades em campo. É o caso do juiz-forano Bruno Vieira, também conhecido como Bruninho. Com apenas 20 anos, o atleta, que se profissionalizou no Leão do Poço Rico e defendeu importantes clubes do país pela base, foi anunciado pelo Cuiabá (MT) na semana passada (4), clube que acabou de conquistar um histórico acesso à Série A do Campeonato Brasileiro, colocando um representante do Mato Grosso na elite nacional após 35 anos.

“É uma oportunidade de ouro poder representar essa camisa tão grande. Essa chance é muito importante pra mim e quero poder mostrar meu trabalho, dar o meu máximo para ter mais espaço no Cuiabá”, relatou Bruninho, que já se juntou ao elenco do Dourado para a disputa da Copa Verde e do Campeonato Mato-Grossense.

Bruno assinou contrato até maio com novo clube justamente em um período de avaliações durante o Estadual, sobretudo, para que possa estender seu vínculo. Nos primeiros dias desta nova fase, ele conta que “as impressões foram muito boas. São muito hospitaleiros, já me ajudam bastante, me deram moral e é uma oportunidade na minha vida, mas não um bicho de sete cabeças. Tenho que fazer meu trabalho como sei.”

E seu trabalho é melhor desempenhado no setor de criatividade do campo, o cada vez mais popular “último terço”. Apesar da polivalência, já tendo atuado de ponta, meia armador e falso 9, como centroavante, Bruninho tem clara preferência. “Sou um meia de criação, mas que também pode fazer o falso 9. Mas gosto mais de estar como meio-campo porque consigo pegar mais na bola e participar mais do jogo.”

Do Granbery aos Emirados

Bruninho foi o camisa 10 do Baeta na Série D do Campeonato Brasileiro (Foto: Rise Up Mídia)

Bruninho tem pouca idade, mas uma experiência no futebol que chama a atenção. Do Bairro Granbery, região central de Juiz de Fora, o meia iniciou no futebol ainda aos 4 anos, no Cruzeirinho. “Ainda passei pelo Zico, Granbery, mas comecei mesmo no Sport. Lá fui campeão mineiro e, com 12 anos, já no Juizforano, o Rogério (Passos) me levou para o Fluminense”, recorda.

O jovem permaneceu nas Laranjeiras até os 15 anos, passou seis meses no Boavista e, em seguida, defendeu outro grande do Rio. “Fui pro Botafogo e fiquei até o sub-17, em 2017. Aí tive passagens pelo Brusque e no Volta Redonda, onde joguei a Copinha (São Paulo de Futebol Júnior) e fiquei de 2018 a 2019”, conta.

Antes de vestir a camisa do Baeta, contudo, Bruno teve uma experiência diferente em seu início de carreira. “Tive uma proposta para ir aos Emirados Árabes. Fiquei seis meses lá, mas não me adaptei muito e acabei voltando pro Brasil. Foi quando acertei com o Tupynambás, onde considero que me profissionalizei, porque, graças a Deus, foi pelo clube que pude realmente fazer jogos, ter oportunidades, ganhar experiência e colher os resultados.”

De fato, Bruninho foi um dos jogadores mais elogiados pelo então técnico Guiba sobretudo na campanha do Baeta na Série D do Campeonato Brasileiro, com eliminação na fase de mata-mata para os goianos da Aparecidense. Ao todo na última temporada, Bruninho marcou dois gols em 18 jogos.

“Todas as coisas têm um tempo certo”

Assim como Bruninho já teve referências de Juiz de Fora e da região que hoje possuem carreira consolidada no futebol, o atleta tem a consciência que pode ser um novo exemplo à garotada que alimenta o mesmo sonho. “Desde criança eu brincava com bola, dormia com ela, não queria saber de outra coisa. Era fascinado em futebol e assim cresci. Hoje tenho como primeiro objetivo jogar a Série A pelo Cuiabá e, com essa chance, poder um dia jogar na Europa, um Real Madrid, quem sabe. O principal é nunca desistir porque todas as coisas têm um tempo certo para acontecer. Tudo. Se você fizer a sua parte, Deus, lá de cima, honra quem trabalha. Todos passam por muitas dificuldades, mas valem a pena”, discursa.

Tupynambás espera lucrar com futura venda

Apesar de não ter contrato com Bruno após a Série D, o Baeta vê a ida do meia para o Mato Grosso como uma oportunidade de renda futura, conforme expôs o vice-presidente de Futebol do Leão do Poço Rico, Cláudio Dias.

“O Bruno foi para o Cuiabá por uma indicação do Tupynambás com um empresário. Não temos mais contrato com ele, mas pela lei (mecanismo) de solidariedade (da FIFA), nós temos direito a um percentual por ele ter passado dois anos vinculado ao clube. E estamos com um acordo próximo, ainda em conversas com o empresário, de ter mais um percentual em caso de transferência, por termos indicado o atleta”, conta o diretor.

Ainda segundo Cláudio, o Baeta, que participará do arbitral do Módulo II do Campeonato Mineiro no dia 14 de fevereiro, possui contrato apenas com três atletas neste momento, todos emprestados. “Temos vínculo com o Lucas (lateral-direito) e o Vinícius Leonel (volante), ambos emprestados ao Boa (Esporte) para o Campeonato Mineiro, além do Jair Arame (atacante), que foi pra um time de São Paulo disputar a A2 do Paulista”, destaca.

Fonte: Tribuna de Minas