sexta-feira, abril 19, 2024
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Criança vacinada em Lençóis Paulista não teve reação causada pelo imunizante, conclui investigação

Análise feita por mais de 10 especialistas apontou que menina de 10 anos possuía doença congênita rara, desconhecida pela família.

A menina de 10 anos internada após ser vacinada contra Covid-19 em Lençóis Paulista, no interior de São Paulo, não teve reação ao imunizante da Pfizer, concluiu ontem, quinta-feira (20), uma investigação do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde. (A notícia foi veiculada no Portal do Jornal Além Parahyba que assinalou de qual fonte recebeu a informação – Ascom da Prefeitura de Lençóis Paulista-SP)

A análise, realizada por mais de 10 especialistas, apontou que a criança possuía uma doença congênita rara, desconhecida até então pela família, que desencadeou o quadro clínico. A conclusão foi de que não existe qualquer relação causal entre a vacinação e seu estado de saúde. Especialistas já afirmavam que a vacinação infantil é segura e eficaz.

“A Secretaria de Estado da Saúde reforça a importância da vacinação e reafirma que todas os imunizantes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária são seguros e eficazes”, afirmou a pasta em nota.

A Prefeitura de Lençóis Paulista comunicou na quarta-feira (19) a suspensão da vacinação infantil por sete dias após a menina de 10 anos supostamente ter sofrido uma parada cardíaca. O evento adverso teria ocorrido 12 horas depois que a criança recebeu a dose pediátrica da Pfizer.

De acordo com a Prefeitura, o pai relatou que a criança “apresentou alterações nos batimentos cardíacos e desmaiou”. Ela foi encaminhada à rede de saúde particular para receber atendimento médico, onde foi reanimada. Ainda segundo o governo muncipal, a criança estava em estado estável e consciente. Ela foi transferida para o Hospital Unimed de Botucatu, onde permanece sob observação. Procurada, a unidade de saúde não informou o quadro clínico da paciente até esta publicação.

O geneticista e pediatra Salmo Raskin, diretor do Laboratório Genetika, de Curitiba, afirmou ao GLOBO que “a parada cardíaca não está nem descrita nos efeitos adversos a curto prazo da vacina” e que a miocardite nessa faixa etária é “raríssima”.

— (A miocardite) acomete uma em cada milhão de crianças, e os casos não são graves. Rara, a miocardite é mais frequente em meninos e após a segunda dose — afirmou Raskin.

A decisão pela suspensão da vacinação foi tomada pelo Comitê de Enfrentamento à Covid-19, em reunião extraordinária realizada na tarde de quarta-feira. Na ocasião, ficou estabelecida a interrupção da aplicação de imunizante em crianças entre 5 e 11 anos por sete dias, “em livre demanda”.

No entanto, pais e responsáveis que queiram imunizar crianças antes da Prefeitura retomar o calendário de vacinação podem ligar na Central Saúde para realizar agendamento.

O Comitê de Enfrentamento à Covid-19 afirma ainda que não coloca em questão a importância da vacinação infantil. Mas que vai usar o prazo de suspensão para acompanhar e monitorar as crianças já imunizadas no município.

A Pfizer informou, por meio de nota, que o relato de potencial evento adverso foi submetido à área de farmacovigilância da empresa, conforme estabelece o processo global da companhia.

No texto, a Pfizer também afirma que “não há alertas de segurança graves relacionados ao imunizante”. E acrescenta que a “companhia realiza habitualmente o acompanhamento de relatos de potenciais eventos  adversos  de  seus  produtos,  mantendo  sempre informadas as  autoridades sanitárias brasileiras, de acordo com a regulamentação vigente”.

Fonte e foto: Portal Metrópole FM