Governo Zema desiste de candidatura e Tadeu será candidato único na ALMG
Governador tomou a decisão após iminente derrota de candidato governista na eleição para comandar o Legislativo.
Após lançar dois candidatos que não se firmaram, o governador Romeu Zema (Novo) declarou ontem, terça-feira (24), que o melhor para Minas Gerais é que haja candidato único na eleição para presidente da Assembleia Legislativa (ALMG).
Na prática, isso significa que o governo desistiu de lançar um nome e irá compor com Tadeu Martins Leite (MDB), que já era o favorito para vencer a eleição e agora será candidato único. Tadeuzinho, inclusive, está reunido com Zema na Cidade Administrativa na noite desta terça-feira (24).
“A eleição da Mesa é um tema interno da Assembleia, mas tenho certeza de que a unificação dos deputados ao redor de uma candidatura única seria o melhor para os mineiros”, afirmou o governador em declaração enviada ao Jornal O Tempo.
O governador decidiu convidar o deputado para o encontro após passar a tarde reunido com o núcleo duro do governo, formado pelo vice-governador, Mateus Simões (Novo), o secretário de Governo, Igor Eto (Novo), e o deputado federal Marcelo Aro (PP).
A chapa de Tadeu para a Mesa Diretora terá a deputada estadual Leninha (PT) como vice-presidente e Antônio Carlos Arantes (PL) como 1º secretário. O PT e os demais partidos de esquerda da oposição (PCdoB, PV, PSOL e Rede) foram fundamentais para o emedebista já começar a disputa com 20 votos, enquanto o apoio de oito dos nove deputados do PL praticamente definiu a eleição a favor de Tadeuzinho.
Zema decidiu não lançar candidatura de alguém da base do governo no momento em que o entorno de Tadeu Martins Leite afirma ter cerca de 45 votos. Desses, 38 já eram declarações públicas, apenas um menos do que os 39 votos necessários.
O Palácio Tiradentes decidiu entrar na disputa para a presidência da ALMG após o atual presidente, Agostinho Patrus (PSD) atuar como oposição a Zema durante o primeiro mandato e travar o andamento dos projetos do governador no Legislativo.
O maior temor do Palácio Tiradentes é que a situação se repita no segundo mandato. Um dos assuntos que devem ser discutidos entre Zema e Tadeu é justamente a tramitação das propostas do governo na Casa. Aliados do emedebista afirmam que, se eleito, ele manterá a independência do Legislativo, mas que está disposto a ajudar o governo.
O governo Zema inicialmente lançou Roberto Andrade (Patriota) como candidato ao comando da ALMG. A candidatura sofreu um baque após o PL, segunda maior bancada, com nove deputados, e base de apoio do governador, declarar apoio a Tadeu na sexta-feira (20).
No domingo, Zema retirou a candidatura de Andrade e lançou Duarte Bechir (PSD). A aposta era que, ao contrário do deputado do Patriota, visto como alguém muito próximo do governo, Bechir conseguiria virar votos dos parlamentares que estavam com Tadeuzinho, principalmente no PSD (bancada com 9 deputados) e no PT (12 deputados).
O movimento não surtiu efeito. O governo, então, sondou o atual vice-presidente da ALMG, Antônio Carlos Arantes (PL), e o deputado Gustavo Valadares (PMN) sobre a possibilidade deles se lançarem como candidatos. Ambos rejeitaram a proposta.
Fonte: O Tempo – Por Pedro Augusto Figueiredo