quarta-feira, maio 1, 2024
DESTAQUEEDITORIALNOTÍCIAS

EDITORIAL

Silêncio, por favor…

Por Flávio Senra (*)

Às vezes, devo confessar, acabo não prestando a devida atenção em certas coisas que acontecem em Além Paraíba que são verdadeiras sandices cometidas contra nossa gente, verdadeiras aberrações sempre acobertadas por nossas autoridades constituídas, até mesmo algumas organizações como sindicatos, a OAB e outros que deveriam estar sempre atentas ao que é errado, até mesmo criminoso.

Ontem noticiei neste portal-site do Jornal Além Parahyba a informação de que será realizado na próxima terça-feira, dia 26 de março, entre nove e 10 horas da manhã, um teste das Sirenes de Segurança recentemente instaladas na cidade, ocasião que será efetivada uma simulação do Plano de Emergência da Usina Hidrelétrica Simplício/Anta, que é preconizada na Lei nº 14.066/2020, em conjunto com a Resolução Normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A empresa Furnas Centrais Elétricas, dona da dita usina, informou, inclusive, que tal evento de simulação ocorrerá, a princípio, apenas no município alemparaibano.

Entre o horário estabelecido será realizado o simulado de evacuação dentro da cidade que contará com local de Rotas de Fuga e Ponto de Encontro, este localizado na Quadra Municipal de Esportes do Morro dos Cabritos, na Rua Dr. Homero Monteiro de Barros.

Como resido próximo de uma dessas torres com sirenes, que certamente deve ser capaz de fazer até um surdo ouvir ou um defunto levantar de seu caixão e sair correndo assustado de seu velório, curiosamente dei uma volta por diversos pontos da cidade no sentido de saber onde elas estão fincadas, e fiquei atônito ao verificar que bem ao lado do prédio do Hospital São Salvador, onde o silêncio deveria ser uma norma obrigatória, diversas sirenes estão instaladas. Qual o idiota, isso mesmo IDIOTA!, deixou isto acontecer? Quem teria autorizado tamanha aberração?

Temos conhecimento que nas proximidades e dentro de toda e qualquer instituição hospitalar o silêncio é algo obrigatório. Existe até mesmo já de longas décadas a imagem de uma enfermeira com um dedo indicador esticado diante da boca fazendo um sinal indicando que naquele lugar o silêncio deve ser absoluto, Em várias cidades que conheço até mesmo placas de sinalização de trânsito são fincadas nas proximidades dessas instituições com o aviso de que é proibido buzinar, ficando o infrator sujeito a multa.

Fiquei por bom tempo meditando com os botões de minha camisa se a direção da empresa Furnas Centrais Elétricas estaria sabendo disto. Será que sabe? E se sabe, por que faz ou deixa isto ser feito? Como podem indivíduos altamente qualificados, pelo menos é o que parecem ser, dirigentes máximos de uma empresa de tamanha expressão nacional, até mesmo mundial, deixar que isto aconteça? O mesmo indago de nossas autoridades constituídas, sem exceção, que ainda não notaram algo tão estúpido acontecer quase que debaixo de seus narizes, num local onde deveria ser preservado ao máximo o respeito ao silêncio. Como leigo no assunto, posso até estar enganado, mas se não existe uma lei obrigando este silêncio em respeito a quem está internado num instituição hospitalar, pelo menos tal proibição deveria existir.

Com relação aos membros do Poder Legislativo, bem como ao prefeito que ora está dando suas últimas braçadas (hoje estão faltando 284 dias para ele sair de fininho pela porta dos fundos da sede da prefeitura), não adianta nem tentar cobrar algo sobre o tema tamanha é a falta de credibilidade que a maioria da população tem por eles. Mas, com todo respeito que merecem, humildemente solicito das outras autoridades existentes em nosso município, como os membros do Ministério Público e do Poder Judiciário, que reflitam sobre este assunto e que proíbam e obriguem a citada empresa que retire das poximidades Hospital São Salvador aquelas sirenes, o que certamente é uma das maiores idiotices que já vi nesta boa terra que me viu nascer.

EM TEMPO: NÃO SOU CANDIDATO A NADA, NEM A PORTEIRO DE ZONA!!!

(*) Flávio Senra é o editor do Jornal Além Parahyba desde junho de 1993.