domingo, fevereiro 9, 2025
DESTAQUELOCAISNOTÍCIAS

Tradicional clube social-esportivo alemparaibano possui uma dívida de mais de R$ 320 mil junto aos cofres públicos municipais

Denúncia surge através de uma correspondência do prefeito Miguelzinho à Câmara Municipal respondendo questionamento do vereador David da Paz.. Ao que parece o Esporte Clube Operário não poderia funcionar e sua situação estatutária estaria repleta de irregularidades.

Na manhã desta segunda-feira, dia 09 de julho, a reportagem do Jornal Além Parahyba esteve na sede do Esporte Clube Operário, encontrando-o fechado.

Em resposta à uma solicitação de informações do Legislativo Municipal de Além Paraíba sobre a situação fiscal do Esporte Clube Operário junto aos cofres municipais, o prefeito Miguel Belmiro de Souza Júnior, o Miguelzinho, através do Ofício nº 0225/2024 / Gabinete do Prefeito, fez um relato oferecendo os seguintes dados apresentados a seguir:

·         O Alvará de Funcionamento do Esporte Clube Operário não está atualizado;

·         O clube está inscrito no Cadastro Municipal;

·         O clube está com um débito fiscal junto a Secretaria Municipal de Finanças, atualmente na ordem de R$ 322.831,81;

·    O valor do débito fiscal foi objeto de Ajuizamento de Execuções Fiscais. (Processos nºs 0272754-98.2005.9.13.0015 / 0483512-50.2008.8.13.0015 / 5000768-84.2022.8.13.2022).

Na busca de mais informações sobre tal assunto, algumas situações verificadas podem ser tratadas como fosse um verdadeiro “Samba do Criolo Doido”, termo extraído do título de uma canção satírica composta pelo escritor e jornalista Sérgio Porto, sob o pseudônimo de Stalislaw Ponte Preta, no ano de 1966.

O tradicional clube alemparaibano, fundado em 1981, cadastrado na Receita Federal sob o CNAE 9312-3/00 com atividade fim de Clubes Sociais, Esportivos e Similares, ao que parece não estaria com sua situação estatutária regular, ou seja, sem uma diretoria eleita conforme as regras existentes em seu Estatuto Social. O seu funcionamento estaria nas mãos de dois ex-diretores, ou algo parecido, que lá organizam já de longa data eventos como partidas de futebol, bailes, exploram a venda de ingressos e os serviços do bar lá existente, bem como alugam o espaço da sede social para eventos particulares diversos como aniversários, casamentos, festas juninas como uma ocorrida recentemente, etc.

Sobre a denúncia que resultou na informação da municipalidade de tamanha dívida, esta surgiu através de solicitação do vereador David da Paz, que não é sócio do clube, residente nas imediações do mesmo, possivelmente conhecedor desta situação já de longa data. Em conversa informal com o vereador, este revelou que tal denúncia é decorrente um questionamento de uma proprietária de um pequeno bar existente nas imediação de um dos atuais administradores do Operário, de nome Morval, sendo que este teria alertado o Setor de Fiscalização da municipalidade relatando que o dito bar não teria Alvará de Funcionamento. Diante da denúncia, os fiscais da prefeitura teriam ido até o local com a ordem de impedir o seu funcionamento.

Com a solicitação à municipalidade sobre a situação do Esporte Clube Operário, eis que na resposta endossada pelo prefeito Miguelzinho veio a tona que o Azulão, apelido do clube desde o tempo em que foi fundado, estaria funcionando sem o respectivo Alvará de Funcionamento, bem como é devedor de mais de R$ 320 mil aos cofres públicos municipais, sendo que tal liberação somente poderia acontecer com o pagamento da dívida na sua totalidade ou através de parcelamento.

Na busca de mais informações sobre o que está ocorrendo, o Jornal Além Parahyba também tentou contato com os atuais administradores do clube, bem como o ex-presidente do mesmo, Paulo Celso Nogueira de Abreu, mais conhecido por Tim, e este revelou que durante os longos anos que atuou na presidência do clube sempre teve os balancetes de suas gestões divulgadas, nunca tendo deixado de pagar as obrigações contábeis que surgiam. “Tínhamos um quadro social composto de mais de 200 sócios, todos pagando regularmente suas mensalidades associativas. Hoje em dia não tenho como afirmar quantos sócios existem, mas acredito, pelas conversas que tenho com amigos e antigos sócios, que não existam mais que 20 com suas mensalidades em dia.”

Ao que parece, um fato que não tivemos condições de apurar já que nenhum dos atuais administradores foram localizados, inclusive estivemos na sede do clube que estava fechada, deve existir irregularidades não só a respeito da dívida existente junto a Secretaria de Finanças de Além Paraíba, mas também de ordem estatutária, o que impediria o funcionamento de todo tipo de evento dentro no Esporte Clube Operário.

Tal situação ainda vem de encontro ao desserviço que o Setor de Fiscalização da municipalidade realiza, deixando o clube funcionar sem a expedição do Alvará de Funcionamento. Se tal fato ocorresse com um pequeno empreendimento, como ocorreu com a proprietária do bar que buscou ajuda junto ao vereador David da Paz, seja qual for o ramo de negócio, este continuaria com suas as portas abertas ou seriam fechadas pelos fiscais? Pelo visto a resposta é de que estabelecimento teria suas portas lacradas.

Finalizando, deve ser ressaltado que ontem, domingo, dia 07 de julho, foram realizadas partidas de futebol relacionadas a um torneio promovido pela Liga de Desportos de Além Paraíba que, inclusive, contou com a presença do prefeito Miguelzinho e vários membros de seu staff.