segunda-feira, dezembro 2, 2024
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O HSS pertence ao povo… (segunda parte)

Nem Nicolau Maquiavel seria capaz de tamanha sandice.

Por Flávio Senra

Quase que semanalmente, isso desde o início deste ano de 2023 que está prestes a terminar, temos publicado notícias e artigos sobre a situação em que ficou o Hospital São Salvador após a absurda intervenção municipal promovida pelo prefeito Miguel Belmiro de Souza Júnior, o Miguelzinho, aliás, já considerado por grande parte da população alemparaibana como o pior entre os piores chefes do Poder Executivo Municipal da boa terra mineira banhada pelo Rio Paraíba do Sul.

Além da divulgação de notícias e artigos, temos recebido, só que quase diariamente, manifestações do público leitor deste Portal de Notícias, muitas apresentando hipóteses sobre a situação em que vive (ou será melhor dizer sobrevive?) o nosso HSS.

Criado através de um gesto de magnitude incalculável de um médico baiano de nome Dr. Paulo Joaquim da Fonseca que aportou nas terras alemparaibanas no final do século XIX para combater uma epidemia de varíola, esse médico acabou entrando para a lista dos grandes benfeitores da história da boa terra, chegando inclusive a ser eleito prefeito, valendo ressaltar que ele foi o idealizador e principal nome na construção do Hospital São Salvador que foi inaugurado no ano de 1908.

Ontem à noite, após ter levado ao leitor o Editorial com o título “O HSS pertence ao povo…” (https://www.jornalalemparahyba.com.br/2023/12/o-hss-pertence-ao-povo/), várias manifestações foram recebidas, sendo que uma nos chamou muita atenção. Nela, o leitor, que solicitou sigilo em seu nome por ser servidor público e ter receio de ser perseguido, algo comum da atual administração municipal, nos fez o seguinte relato, que além de assustador e inacreditável, apesar de tudo ser possível por parte de nossos atuais membros do executivo municipal, fez o seguinte relato: “FIQUEI SABENDO QUE A INTENÇÃO DELES É QUE O HOSPITAL SÃO SALVADOR AFUNDE CADA VEZ MAIS PARA QUE ELES POSSAM DECRETAR A SUA FALÊNCIA E ABRIR UMA NOVA ASSOCIAÇÃO ONDE ELES SERÃO A MAIORIA DE INTEGRANTES E ASSIM PODERÃO SE PERPETUAR NO PODER DIANTE DA INSTITUIÇÃO”.

De antemão, prefiro até não acreditar que tal situação possa ter sido aventada junto aqueles que idealizaram a barbárie contra uma instituição centenária que inclusive teve como um dos provedores e protetores justamente o pai do atual prefeito, o médico e ex-prefeito Dr. Miguel Belmiro de Souza, que sempre lutou no sentido de levar melhorias a instituição que o abrigou como profissional da Medicina desde que se formou. Trata-se de uma ideia que sequer Nicolau Maquiavel (vide ao final*), certamente um dos maiores pensadores da humanidade, aventaria formular, uma verdadeira aberração criminosa.

Destruir uma instituição desta forma pode ser dito que é tão perverso quanto assassinar o próprio filho, pai, mãe ou um irmão, só que esse assassínio é o mesmo que matar grande parte da história do município alemparaibano.

Ontem, no editorial de título “O HSS pertence ao povo…”, mais uma vez cobramos do egrégio Ministério Público o motivo de nenhuma atitude questionando os interventores ter sido realizada até hoje. Acreditamos que por falta de denúncias não seja, isto porque até aquela data várias reportagens e artigos sobre o tema somente este veículo de comunicação denominado Jornal Além Parahyba já expôs ao público-leitor em geral.

Diante do exposto, mesmo sem as devidas provas que possam atribuir tamanha barbárie a quem quer que seja, seria de bom tom as instituições e autoridades existentes no município darem início a uma auditoria se tal fato é ou foi verdadeiro, bem como iniciar imediatamente uma investigação sobre o decreto de intervenção municipal, seus efeitos e os atos promovidos pelos nomeados como interventores pelo prefeito Miguel Belmiro de Souza Júnior, do primeiro, que é o seu Chefe de Gabinete, até a última que hoje atua na instituição.

Salientamos que não estamos formulando uma acusação, nenhuma caça às bruxas, mas sim uma hipótese que já começa a circular por toda a cidade. Como dito no popular, “onde tem fumaça é sinal que existe fogo”...

(*) Nicolau Maquiavel (em italiano: Niccolò di Bernardo dei Machiavelli; Florença, 3 de maio de 1469 — Florença, 21 de junho de 1527) foi um filósofo, historiador, poeta, diplomata e músico de origem florentina do Renascimento. É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, pelo fato de ter escrito sobre o Estado e o governo como realmente são, e não como deveriam ser.

Desde as primeiras críticas, feitas postumamente pelo cardeal inglês Reginald Pole, cunhou-se um entendimento equivocado da obra completa de Maquiavel. Com o choque de realidade causado pelas suas ideias sobre a dinâmica do poder, seus textos geraram uma ameaça aos valores cristãos vigentes, principalmente devido às análises do poder político da igreja católica contidas em “O Príncipe”. Já na literatura e teatro ingleses do século XVII, foi associado diretamente ao Diabo por meio das referências caricaturais e do apelido “Old Nick”. Surgiu, aí, na visão do pensamento enganoso e da trapaça, o adjetivo maquiavélico nas línguas ocidentais.

Maquiavel viveu a juventude sob o esplendor político da República Florentina durante o governo de Lourenço de Médici. Entrou para a política aos 29 anos de idade no cargo de Secretário da Segunda Chancelaria. Nesse cargo, Maquiavel observou o comportamento de grandes nomes da época e a partir dessa experiência retirou alguns postulados para sua obra. Depois de servir em Florença durante catorze anos foi afastado e escreveu suas principais obras. Conseguiu também algumas missões de pequena importância, mas jamais voltou ao seu antigo posto como desejava.

Como renascentista, Maquiavel utilizou-se de autores e conceitos da Antiguidade Clássica de maneira nova. Um dos principais autores foi Tito Lívio, além de outros lidos através de traduções latinas, e entre os conceitos apropriados por ele encontram-se o de virtù e o de fortuna.

(Fonte: Google)

Observação: Procurada para falar sobre o assunto, a Assessoria de Comunicação da PMAP (ASCOM-PMAP), leia-se prefeito Miguel Belmiro de Souza Júnior, relatou desconhecer qualquer narrativa sobre a questão mencionada pelo leitor. A ASCOM-PMAP ainda informou que todo e qualquer assunto relativo ao Hospital São Salvador somente é feito pela atual agente interventora. Por duas vezes foi tentado um contato com a agente interventora, ambas sem sucesso.