Pandemia: Cirurgia eletiva pelo SUS em BH tem 22 mil na fila
Procedimentos foram suspensos na sexta-feira devido a aumento de casos de Covid; até agosto, foram 14,6 mil operações, contra 25 mil no mesmo período de 2019
Por GABRIEL RODRIGUES
Cerca de 22 mil pessoas aguardam na fila por cirurgias eletivas na rede pública em Belo Horizonte. Com o aumento de indicadores da pandemia na capital, elas terão de aguardar ainda mais: na última semana, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) suspendeu os procedimentos por tempo indeterminado nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) e recomendou que as instituições privadas fizessem o mesmo.
Em 2020, até agosto, foram realizadas 14,6 mil cirurgias eletivas na capital mineira. No ano passado, de janeiro a agosto, foram cerca de 25 mil. A retomada, segundo a PBH, deve ser feita de forma gradual quando os indicadores da pandemia possibilitarem tal ação.
Para a servidora pública Tatiane Mendes, isso significará mais tempo convivendo com dores. Ela sente dor ao menstruar desde os 15 anos e, em meio à pandemia, finalmente teve o diagnóstico: uma adenomiose, problema no útero que pode ser resolvido com a retirada do órgão. Sem data para conseguir realizar o procedimento, Tatiane recorre a medicamentos para lidar com a dor. “Meu caso pode se agravar, segundo a médica, e tomo medicação para evitar que isso aconteça”, conta ela.
A auxiliar financeira Magna Cardoso, 60, também aguarda o retorno das cirurgias. Até lá, terá que conviver com o desconforto do excesso de pele nas pálpebras, que faz seus olhos arderem nos dias de mais calor. “Esperei três anos para poder fazer na rede pública. Iria fazer os exames de risco cirúrgico em março, mas desmarcaram. Acho que não tenho chance de fazer neste ano”, diz.
Em meados de outubro, a Secretaria de Estado de Minas Gerais (SES-MG) recomendou o retorno gradual das cirurgias eletivas nas redes pública e privada, mas a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) segue as determinações da PBH e manterá suspensos os procedimentos.
Unimed-BH
A Unimed-BH também seguiu as orientações da Prefeitura de Belo Horizonte e divulgou nota informando que, “devido ao aumento da ocupação de leitos por pacientes com Covid-19 ou com suspeita da doença”, a cooperativa suspendeu, na última sexta-feira até a próxima sexta-feira, as cirurgias eletivas nas unidades da Contorno, na capital mineira, e de Betim.
A cooperativa informou que, até o dia 22 de novembro, foram registrados 16.311 casos confirmados e 201 óbitos de Covid-19 na rede própria da Unimed-BH. Um mês antes, no dia 22 de outubro, a rede acumulava 13,7 mil casos confirmados e 174 mortes. Nesse período, houve cerca de 80 diagnósticos por dia e um total de 27 mortes.
Fonte: O Tempo
