sábado, maio 4, 2024
BRASIL E MUNDODESTAQUENOTÍCIAS

Marco Aurélio diz que ficou “perplexo” com decisão do Exército sobre Pazuello

Sem citar Pazuello, Bolsonaro diz que “ninguém interfere” em decisões do Exército.

O ministro do STF Marco Aurélio Mello | Foto: Nelson Jr./STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, disse estar “perplexo” com a decisão do Exército em isentar o ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello de punição por participar de um ato político com o presidente Jair Bolsonaro.

“Como cidadão e integrante do Judiciário, fiquei perplexo. Como integrante da turma Euclydes Figueiredo da Escola Superior de Guerra de 1983, eu aprendi que disciplina e hierarquia são fundamentais paras as Forças Armadas”, disse o decano do STF ao jornal O Globo.

Para Marco Aurélio, a participação de um parlamentar sinaliza um ato político, o que é vedado é proibido ter a participação de militares segundo o regulamento do Exército. “Porque era mesmo um palanque, era só constatar que ao lado [de Pazuello] estava um deputado federal que acompanha sempre o presidente da República. Deputado federal é político.”

A decisão do Exército sobre Pazuello ontem, quinta-feira (3), provocou reações imediatas no meio político e manifestações de deputados.

“Ninguém interfere em decisões do Exército”

Jair Bolsonaro, presidente da República. | Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou parte da sua live semanal na internet para falar sobre punições internas das Forças Armadas. A fala acontece momentos após o Comando do Exército anunciar que o ex-ministro da Saúde general Eduardo Pazuello não cometeu “transgressão disciplinar” por ter participado de ato político no Rio de Janeiro ao lado do presidente. Bolsonaro, no entanto, não citou o nome do ex-ministro da Saúde ao falar sobre o assunto, nem o episódio de quinta-feira, 3, durante a transmissão.

A polêmica decisão das Forças Armadas acaba indo ao encontro da vontade do presidente, que não queria que seu aliado fosse punido. Mas também amplia o desgaste das Forças Armadas com o governo, já que a punição para o general era defendida por muitos oficiais de alta patente.

Na live, Bolsonaro contou já ter sido punido com 15 dias de prisão e afirmou que o que se espera dos julgamentos é que “aquele que vá nos julgar, nos julgue com isenção e sem pressões de mídia ou seja lá o que for”, disse.

“Punição existe nas Forças Armadas. Ninguém interfere ali na decisão. É do chefe imediato dele ou do comandante da unidade e a disciplina só existe porque nosso código disciplinar é bastante rígido”, disse Bolsonaro em um diálogo com o ministro da Educação, Milton Ribeiro que participou da live de quinta-feira, 3.

“O ônus da prova cabe a quem acusa”, disse e depois citou que já foi punido com prisão do Exército.

Na sequência, ele disse que pretende comparecer ao encontro de motociclistas na cidade de São Paulo, onde disse esperar um número maior de participantes do que o ato no Rio de Janeiro. O presidente voltou a afirmar que o evento não é político. “Primeiro encontro de motociclistas com o presidente Jair Bolsonaro pela liberdade e apoio ao presidente Jair Bolsonaro, alguma coisa política nisso? tinha alguma bandeira vermelha lá?” afirmou “Tinha alguma bandeira de partido político? nada, foi um encontro de motociclistas como vai acontecer agora”, declarou.

Fonte: Gazeta do Povo