Empresários falsificaram pelo menos 100 mil máscaras contra Covid em Minas
Os produtos, fora dos padrões internacionais de saúde, eram vendidos a pessoas físicas e jurídicas e, inclusive, para municípios mineiros.
Uma operação da Polícia Civil (PC) desarticulou, na terça-feira (30), um esquema criminoso de empresários mineiros que falsificavam e vendiam máscaras faciais de proteção contra a Covid-19. Dois homens foram presos e a suspeita é que os produtos, que estavam fora dos padrões internacionais de saúde, eram comercializados para pessoas físicas e jurídicas e, até mesmo, para municípios mineiros.
As informações da operação, que foi nomeada de Ápates, foram divulgadas em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (1º). Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de Belo Horizonte; Contagem e Esmeraldas, na Região Metropolitana; Divinópolis e Nova Serrana, no Centro-Oeste do Estado; e João Monlevade, na região Central de Minas.
Conforme o delegado Magno Machado, da 1ª Delegacia Especializada em Investigação de Fraudes, a investigação começou em agosto deste ano, quando uma empresa que fabrica máscaras procurou a polícia. “Ela informou que seu equipamento estava sendo falsificado e comercializado via internet e empresas de EPI [Equipamento de Proteção Individual]”, revela.
A partir dos levantamentos dos investigadores, foram identificados três grupos de empresários que, possivelmente, estariam fraudando e vendendo as máscaras de proteção.
Grupo fabricou pelo menos 100 mil máscaras
Durante o cumprimento dos mandados, os policiais recolheram diversas máscaras falsificadas, materiais usados na produção, e, até mesmo, testes rápidos de Covid-19 com data de validade vencida. Notas fiscais de compra e venda das máscaras também foram apreendidas.
“Em um dos alvos, descobrimos uma nota fiscal em que havia a encomenda de pelo menos 100 mil máscaras. Mas lá encontramos os moldes [para embalagens] de outras marcas. Então, estamos partindo do número mínimo de que foram fabricadas 100 mil máscaras falsificadas”, pontua Machado.
Ainda de acordo com o delegado, os produtos que foram apreendidos tinham diferenças significativas em relação aos originais, tanto no material utilizado para a confecção quanto nas embalagens, não atendendo às normas e padrões internacionais de saúde.
Suspeitos participaram de licitações
Durante a operação, foram presos dois homens, um de 40 anos, em Nova Serrana, e outro de 43 em João Monlevade. Os dois estavam de posse de vasto material e estavam comercializando as máscaras falsificadas, de uso hospitalar e industrial, para lojas de EPIs.
Segundo a PC, existe a suspeita de que um deles estaria inclusive participando de licitações públicas e entregando máscaras falsas em diversos municípios do Estado.
Agora, as investigações seguem para apurar a suspeita de sonegação, lavagem de dinheiro e fraude em licitação. Os presos responderão pelo crime de falsificar produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais, que tem pena prevista de 10 a 15 anos de prisão.
Fonte: O Tempo / Por José Vitor Camilo