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Ministério da Defesa diz que entregará resultado de fiscalização das urnas ao TSE amanhã, quarta-feira (9)

Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, vai encaminhar o relatório das urnas ao presidente do TSE, Alexandre de Moraes.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

O Ministério da Defesa anunciou que encaminhará na quarta-feira (9), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o relatório de fiscalização dos militares sobre as urnas eletrônicas.

A pasta não informou se divulgará publicamente o teor do documento. Inicialmente, o plano das Forças Armadas era entregar o resultado da fiscalização ao tribunal, que decidiria então se tornaria público ou não os achados. Além disso, a previsão é que a remessa fosse feita no mínimo 30 dias após a análise – a pasta não esclareceu por que resolveu antecipar a entrega.

O relatório deverá abranger várias partes do sistema de votação eletrônica, incluindo a análise feita pelos militares no código-fonte dos programas que rodam nas urnas; o resultado da checagem de centenas de boletins de urna impressos com os respectivos arquivos digitais disponibilizados pelo TSE na totalização (o documento mostra quantos votos cada candidato recebeu em cada urna); e o que foi verificado no projeto-piloto do teste de integridade (no qual eleitores reais emprestaram as digitais, no próprio local de votação, para ativar urnas retiradas da eleição que receberam votos simulados também inscritos em cédulas).

Nas últimas semanas, a Defesa tem sido pressionada a divulgar a fiscalização, tanto pelo TSE, quanto pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que faz a auditoria do sistema eleitoral e tem se posicionado ao lado da Corte Eleitoral e em defesa da integridade das urnas – o objetivo aqui é fiscalizar a fiscalização feita pelos militares, especialmente quanto ao uso de recursos públicos para esse trabalho, o que incomodou a cúpula da Defesa.

Nos últimos dias, porém, as Forças Armadas também passaram a ser pressionadas por eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL) a tomar alguma medida contra o resultado da eleição, na qual Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi proclamado o vencedor.

Multidões têm se reunido perto de quartéis, em várias capitais e cidades do interior, pedindo “intervenção federal”, por motivos diversos: desde uma suposta fraude na apuração – acusação frontalmente refutada pelo TSE –; por uma alegada atuação parcial do tribunal na disputa, para favorecer Lula e prejudicar Bolsonaro; seja pela suspeita de supressão de inserções de rádio na propaganda, especialmente no Nordeste – acusação feita pela campanha e arquivada pelo TSE.

Fonte: Gazeta do Povo – Por Renan Ramalho