domingo, maio 5, 2024
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Julgamento de anestesista que foi flagrado em estupro de uma mulher durante parto será iniciado na próxima semana (12)

Médico anestesista Giovanni Bezerra é preso por estupro de grávida, durante o parto. — Foto: REGINALDO PIMENTA

Após cinco meses do crime, a audiência de instrução e julgamento do anestesista Giovanni Quintella Bezerra que foi gravado estuprando uma mãe em sala de parto no Hospital da Mulher, no Rio de Janeiro, pode demorar no máximo 60 dias e está marcado para começar na próxima segunda-feira (12), explicam especialistas.

Primeiro, serão ouvidos a vítima e seu marido. Depois, as oito testemunhas de acusação. E, em seguida, as oito testemunhas de defesa.

Na sequência, abre-se espaço para esclarecimentos da perícia. E, por último, o depoimento do anestesista, que vai participar da audiência por videoconferência para evitar que sua presença intimide a vítima ou as testemunhas, e também por questões de segurança. Ele vai responder por estupro de vulnerável.

“Ele consegue fazer com que o ambiente esteja sob o controle dele. São atos concatenados até chegar a satisfação da lascívia dele, enfim”, afirma o especialista.

De acordo com a delegada que está à frente do caso, o anestesista Giovanni Quintela participou de mais de 40 partos e todos foram investigados. Polícia ouviu mais de trinta testemunhas que estiveram com Giovanni Quintella em procedimentos cirúrgicos. O médico criminoso foi por estupro de uma mulher grávida. Ele foi filmado durante o parto no Hospital da Mulher Heloneida Studart, na Baixada Fluminense.

Quem é Giovanni Quintella, anestesista preso em flagrante por estuprar grávida no parto

A denúncia apresentada pelo MP aponta o crime de estupro de vulnerável e foi aceita pelo juiz Luís Gustavo Vasques, da 2ª Vara Criminal de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. De acordo com o documento, “os crimes em questão foram cometidos contra mulher grávida e com violação do dever inerente à profissão de médico”.

“Giovanni Quintella Bezerra, agindo de forma livre e consciente, com vontade de satisfazer a sua lascívia, praticou atos libidinosos diversos da conjunção carnal com a vítima, parturiente impossibilitada de oferecer resistência em razão da sedação anestésica ministrada”, dizia um trecho da denúncia.

O anestesista foi preso no dia 10 de julho, depois que uma equipe de enfermeiras desconfiou do comportamento do médico durante os dois primeiros partos em que esteve presente.

Foi então que a equipe decidiu colocar um celular escondido para gravar o terceiro procedimento. O celular, então, foi colocado dentro de um armário com o vidro escuro, de modo que não pudesse ser visto.

O conteúdo da gravação mostra Giovanni com o pênis na boca da mulher, que está sedada. A cena leva cerca de 10 minutos. É possível ver que, após o ato, o homem limpa o rosto da mulher e depois joga o material, que parece ser gaze, no lixo.

No dia seguinte em que foi preso, Giovanni foi levado para o presídio de Benfica e passou por audiência de custódia que converteu a sua prisão para preventiva. Ele já era réu por um caso de denúncia de erro médico no Hospital de Irajá.

O telefone do médico também foi apreendido, assim como uma gaze que a equipe do hospital recolheu no lixo e que pode ter material biológico do médico. Tudo passou por perícia, assim como os medicamentos coletados, já que existe a suspeita de que o médico dava mais anestésico que o necessário para as pacientes.

De acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, além de médico anestesiologista, o nome de Giovanni aparece ligado a outras duas especialidades que cuidam da saúde da mulher: médico mastologista e ginecologista/obstetra.

Fontes: G1, O Globo, Extra, agências O Dia e Estadão, e outras