segunda-feira, abril 29, 2024
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Em estrita legalidade, polícia pode ‘parar’ a partir de segunda em MG

Forças de segurança não descartam adotar medidas mais enérgicas para cobrar o pagamento de perdas inflacionárias.

Servidores podem repetir grandes manifestações como as feitas em 2022 — Foto: Fred Magno

Forças de segurança de Minas Gerais promovem na próxima segunda-feira (19) uma assembleia-geral da categoria para debater o futuro do chamado estado de estrita legalidade, deflagrado no último dia 7. Os servidores cobram o pagamento de perdas inflacionárias, no valor de 35,44%. O encontro ocorre às 13h, na porta da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

A categoria não descarta adotar medidas mais enérgicas para pressionar o governo. “Pode chegar ao ponto dos policiais cruzarem os braços. Simplesmente parar de trabalhar, o que pode comprometer o atendimento à população, parar as investigações”, afirmou o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil no Estado de Minas Gerais (Sindpol), Wemerson Oliveira.

Segundo Wemerson, a categoria também pode promover “grandes manifestações”, como as que ocorreram em 2022. “Não tenha dúvida de que isso pode ocorrer. O governo está mexendo com as forças de segurança. Não descartamos uma paralisação total dos serviços, mas isso a categoria decidirá na segunda [durante a assembleia]”, afirmou.

Segundo levantamento do próprio Sindpol-MG, a Polícia Civil atualmente trabalha com cerca de metade do efetivo necessário para a instituição. Com isso, os servidores sofrem com sobrecarga de trabalho. “A falta de estrutura é muito grande”, pontuou Wemerson.

Conforme o presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Minas Gerais (Sindppen), Jean Otoni, foram disponibilizados ônibus para que policiais do interior de Minas Gerais também participem da assembleia. “O governador, na última audiência, deu um tapa na cara da segurança. Lutemos pelos nossos direitos”, afirmou.

As forças de segurança cobram uma recomposição salarial de 35,44% em perdas inflacionárias acumuladas entre 2015 e 2022. Embora o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) seja de 59,47%, o cálculo exclui a revisão salarial de 10,06% concedida em 2022 e a parcela de 13% paga do acordo firmado entre a categoria e o governo Zema — a única das três honradas pelo Executivo. Outras duas, de 12%, não foram pagas.

“O governo assinou esse acordo e agora não cumpriu, deu um calote nas forças de segurança. A estrita legalidade já começou foi deliberada. A partir de agora, o movimento é implementado gradativamente. Pressionemos para o governo entender que a recomposição é necessária”, acrescentou Jean Otoni.

Fonte: O Tempo – Por Gabriel Rezende