quarta-feira, maio 1, 2024
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Fazenda Paraíso: palco da “4ª Audição Refinada – Circuito Fazendas”

O esperado evento que será realizado no dia 1º de julho, a partir das 14h57min, na Fazenda Paraíso, é o mkais comentado e esperado evento que repercute pela cidade e toda região. Denominado 4ª Audição Refinada – Circuito Fazendas, a festa contará com a participação das bandas Los Gringos e Lado B, além de música eletrônica “Retrô 80/90” comandada por Luizinho Discos, sinônimo de sucesso nos anos de 1980/1990 em Além Paraíba e região. A festa terá como palco o pátio gramado existente na Fazenda Paraíso, de propriedade dos irmãos Rodrigo e Ana Beatriz França, que contará com um amplo e seguro estacionamento privativo, barracas/mesas para maior conforto do público, espaço kid’s para a criançada e bufê personalidado da “Zão Smoke House”.

O evento terá a participação de Luiz Cristóvão Gomes Senra, o Luizinho Discos, que nos anos da década de 80 foi sinônimo de sucesso nos clubes da cidade e região com músicas eletrônicas e disk-dance. Luizinho alternará sua participação com uma das atuais bandas alemparaibanas de grande sucesso, a Lado B, especializada em MPB e pop-rock nacional e internacionale, e do Conjunto Los Gringos, da cidade de Nova Friburdo, também sinônimo de sucesso e bom gosto musical. Los Gringos, vale ressaltar, abrilhantou incontáveis bailes nos clubes de Além Paraíba, como o Comercial e o APTC.

Os ingressos e mesas a venda para a 4ª Audição Refinada – Circuito Fazendas continuam disponíveis aos interessados, agora no segundo lote. Maiores informações através dos telefones (32) 98856-3990 (PIX) ou (32) 98510-4646.

Fazenda Paraíso, palco da “4ª Audição Refinada – Circuito Fazendas”. (Foto: Rodrigo e Aline França)

Fazenda Paraíso: palco da grande festa

O casal Rodrigo e Aline França. (Foto: álbum familiar)

A mais que centenária Fazenda Paraíso, propriedade auto-suficiente que pertence aos irmãos Rodrigo e Ana Beatriz França, está localizada à margem do quilômetro 110 da Rodovia Lúcio Meira (BR-393), entre o distrito de Jamapará e a sede do município fluminense de Sapucaia. Possui 110 alqueires geométricos, sendo grande produtora de gado de corte da raça nelore.

Parte de sua auto-suficiência também é originária da produção de leite do gado girolando que mantém e é utilizado na produção de queijos e doce de leite, cuja distribuição e venda é realizada na cidade do Rio de Janeiro. Vale registrar, a Fazenda Paraíso produz em larga escala ovos caipiras, bem como o saboroso e reconhecido pela sua alta qualidade Gin Capistrano.

Segundo Rodrigo França, a Fazenda Paraíso tem sofrido inúmeras reformas visando em futuro próximo explorar o turismo rural, sendo que seu espaço também é utilizado, com grande procura, para a realização de eventos nem geral, como festas de aniversário e casamentos. Maiores informações sobre a Fazenda Paraíso podem ser obtidos através dos telefones (32) 98892-6915, com Rodrigo França, ou (32) 98830-6915, com sua esposa Aline, aliás, a responsável pela produção de queijos e doce de leite.

Um pouco da história da Paraíso

Fazenda Paraíso – diz a lenda que quando construída possuía 365 janelas, uma para cada dia do ano. (Foto: Instituto Cidade Viva)

De acordo com o senso de terras, em 1856, a Fazenda Paraíso era propriedade do médico Dr. Francisco de Souza Brandão, o Barão de Aparecida, que provavelmente fundou e edificou a majestosa sede da fazenda em 1857. No mesmo senso, Brandão declara que tais terras foram adquiridas através de compra. Entre seus vizinhos mais ilustres, estava o marquês do Paraná, proprietário da Fazenda de Lordello.

Entre os anos de 1848 e 1859, Brandão foi Juiz de Paz na antiga freguesia de Nossa Senhora Aparecida, a cuja jurisdição sua fazenda pertencia. Ele faleceu por volta de 1869, deixando sua fazenda para seus herdeiros.

Construída durante os tempos áureos do ciclo do café, como tantas outras fazendas da região do Vale, a Paraíso sobreviveu ao período de decadência da cafeicultura, que teve início com o esgotamento do solo, a libertação dos escravos e a queda internacional do preço do produto, fatos que aconteceram entre 1888 e 1929.

De 1883 a 1912, a fazenda pertenceu ao acadêmico cearense Virgílio Brígido. Virgílio era amigo e conterrâneo de João Capistrano de Abreu, considerado o maior historiador da era colonial do Brasil. Ambos foram membros fundadores da Academia do Ceará, onde teve início uma amizade que se estendeu até o Rio de Janeiro, então capital da República, para onde os dois vieram. Virgílio casou-se com Maria Brandão, filha de José de Souza Brandão, o Barão de Aparecida, de quem herdaram a Fazenda Paraíso.

Segundo consta, era uma vocação para a literatura que a política embotou. Os laços estreitos de amizade que mantinha com Capistrano fizeram com que o historiador passasse a freqüentar a fazenda. De acordo com registros bibliográficos, Capistrano teria trazido dois índios do Ceará para a Fazenda Paraíso, onde permaneceram por dois anos e teriam sido instrumento de uma das muitas pesquisas linguísticas do historiador. Deste estudo nasceu uma obra inacabada: A gramática da Língua Kaxinoá.

Como curiosidade, conta-se que no ano de 1938, foi encontrado um tesouro do século XVII nas terras da fazenda. O proprietário de então, Dr. Arthur Teixeira Cortes, foi obrigado a juntar homens e armas para defender seu patrimônio da invasão de pessoas a procura da fortuna. Na verdade, e sem que ele soubesse, os saqueadores já tinham levado moedas cunhadas do ano de 1600, jóias e objetos que estavam enterrados. Depois se descobriu que esta região era rota de tropeiros e contrabandistas vindos das cidades do ouro, em Minas Gerais, e que estes provavelmente esconderam o tal tesouro na fazenda.

Do antigo casarão, ainda existe o bloco central, com seus salões e alguns quartos, restando também os pátios de café, as ruínas da tulha e do engenho de cana. Até o final do século XIX o sobrado era de grandes proporções, constituído por um bloco central, ainda existente, articulado a dois outros blocos nos fundos, perpendiculares, formando um “U”. Estes dois blocos voltados aos fundos foram demolidos há cerca de 90 anos.

Diz a lenda que existiam 365 janelas no casarão, ou seja, uma para cada dia do ano. Exagero ou não, o fato é que o tamanho agigantado da casa foi relatado em cartas de João Capistrano de Abreu.

A data afixada na fachada principal do sobrado (1851) se refere à sua construção. Um segundo registro, de 1859, localizado no alto da fachada de caixilharia dos fundos, provavelmente indica a época do término desta área da casa. Por fim, a data de 1929, na parte externa da atual cozinha, provavelmente indica o ano de construção ou reforma da mesma. Pode-se deduzir que o Sr. Victor Henrique Galhardo, o então proprietário, foi o responsável pela obra ou reforma da cozinha, que não é a original dos blocos existentes na época da fundação da fazenda.

A seguir, a Fazenda Paraíso foi adquirida por César Fávero que a vendeu para Sylvio Geraldo França, que a repassou para Jonas de Azevedo Oliveira e Sônia Maria França Oliveira, respectivamente seu genro e filha. Atualmente ela pertence aos irmãos Rodrigo e Ana Beatriz França, filhos de Jonas e Sônia, e chega aos dias de hoje como uma importante referência da história da região durante o período do século XIX até os dias atuais.

Fonte: Texto de Flávio Senra tendo como fontes de informações Rodrigo França, Sônia França e Instituto Cidade Viva


An Quim