domingo, maio 5, 2024
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Sindicato diz que paralisação da educação em MG está mantida mesmo com reajuste na pauta da ALMG

Profissionais da educação deram início a várias manifestações ontem, quarta-feira (5), e continuarão nesta quinta-feira (6) para pressionar deputados.

SindUTE-MG vai repetir manifestação em frente à ALMG. (Foto: Mardélio Couto – Rádio Itatiaia)

Mesmo com a votação do reajuste da educação prevista para hoje, quinta-feira (6), o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE-MG) afirma que a paralisação de 48 horas dos professores da rede estadual está mantida. A entidade garante que profissionais de todas as regionais sinalizaram que irão aderir ao movimento, mas não detalhou o tamanho exato da paralisação.

O protesto começou na manhã de ontem, quarta-feira (5), com caravanas vindas do interior em direção ao ato realizado em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) — e se estenderá até o fim do dia desta  quinta-feira (6). O objetivo é pressionar os deputados estaduais a aprovar o reajuste de 12,84% no piso salarial da categoria.

Coordenadora do SindUTE-MG, Denise Romano avalia que o fato do projeto estar na pauta não significa que ele será aprovado. Ela usa como exemplo a última quinta-feira (29), quando a proposta foi pautada, mas não entrou em votação por falta de acordo entre a base do governo e a oposição.

“A paralisação está mantida e o governo do estado já foi notificado. Se nós formos observar na quinta-feira passada, mesmo o projeto estando pautado, não temos garantia de aprovação. Nossa expectativa é que a Assembleia aprove o texto nesta quinta-feira, dia 06”, disse ela.

Integrante da oposição, a deputada Macaé Evaristo (PT) avalia que a inclusão do reajuste da educação na pauta foi uma sinalização positiva do presidente da ALMG, Tadeu Martins Leite (MDB). “Todo o nosso esforço aqui é para garantir os direitos dos trabalhadores. O reajuste salarial para trabalhadores não pode ser moeda de troca”, disse ela, em referência à postura do governo de Romeu Zema (Novo) que quer aprovar primeiro a adesão ao Programa de Acompanhamento e Transparência Fiscal (PAF) para depois votar o reajuste.

Base em silêncio

A equipe de jornalismo da Rádio Itatiaia procurou deputados governistas para comentarem as estratégias que serão adotadas ao longo desta semana, mas eles não quiseram antecipar detalhes para evitar ruídos entre os parlamentares do bloco de apoio de Zema na ALMG. Nos bastidores, um caminho que está definido é usar o regimento interno para tentar votar o PAF e, depois, o reajuste da educação.

Deputados da base e da oposição se desentenderam na semana passada após o projeto da educação, de interesse da oposição, e o texto do PAF, de interesse do governo, não terem sido aprovados em plenário.

Os dois lados trocaram acusações. O governo Zema chamou a oposição de irresponsável por obstruir e não aprovar o PAF, um dos requisitos aos estados que querem aderir ao Regime de Recuperação Fiscal e visto pela área econômica do governo mineiro como solução para renegociar dívida de R$ 160 bilhões contraída junto à União.

O fato do texto não ter sido aprovado pode fazer com que Minas Gerais tenha que pagar R$ 15 bilhões à vista ao governo federal. A gestão Zema anunciou na semana passada que entraria com uma ação no governo federal para tentar evitar o pagamento. O governo ainda não informou se ajuizou a ação.

Já os deputados de oposição afirmam que a culpa do PAF não ter sido votado é do governo que deixou para enviar o projeto de lei em cima da hora para a ALMG. A oposição ainda acusa o governo de esvaziar o plenário e não permitir que o reajuste da educação fosse votado na última quinta-feira.

Fonte: Site Rádio Itatiaia