sábado, maio 4, 2024
BRASIL E MUNDODESTAQUENOTÍCIAS

Ministro Alexandre de Moraes critica a qualidade da maconha e da cocaína no Brasil

Análise do ministro ocorreu durante julgamento sobre a descriminalização do porte de drogas no país.

Durante o julgamento sobre a descriminalização do porte de drogas no Brasil, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez uma crítica à qualidade da maconha e cocaína produzidas no país.

No discurso, Moraes disse que narcotraficantes encontraram um “mercado consumidor gigantesco” no Brasil. “Lamentavelmente, um mercado consumidor da droga de menor qualidade do mundo”, ressaltou o magistrado, ao sugerir que usuários de drogas em países europeus morrem menos que os viciados brasileiros.

“Quantos brasileiros vão para o exterior e, ao utilizarem cocaína, morrem de overdose?”, perguntou Moraes. “Por que isso? Eles utilizam a mesma quantidade que usam no Brasil. Só que, no Brasil, a droga é a mais batizada que existe no mundo — seja maconha, seja cocaína. É droga de menor qualidade.”

Ao fim do discurso, Moraes lembrou que o Brasil é o maior consumidor de maconha e o segundo maior de cocaína. “Ainda de baixa qualidade”, salientou. “Aí, sim, com mais riscos ainda ao usuário.”

O voto de Moraes foi o quarto pela liberação do porte para a maconha. E também excluiu as demais drogas. O ministro afirmou, durante o voto, que “não há uma cartilha correta para tratar a questão”. O magistrado ressaltou que o Brasil deixou de ser um “corredor do tráfico”, por onde passa a droga, para ser um dos maiores consumidores de drogas do mundo.

Moraes também citou, em voto, a cooptação de jovens para o crime nos moldes que a lei funciona hoje. Para o ministro, “a aplicação da lei gerou aumento do poder das facções no Brasil. Aquele que antes era tipificado como usuário, quando despenalizou, o sistema de persecução penal não concordou com a lei e acabou transformando os usuários em pequenos traficantes. O pequeno traficante, com a nova lei, tinha uma pena alta e foi para o sistema penitenciário. Jovem, primário, sem oferecer periculosidade à sociedade, foi capturado pelas organizações criminosas”. As informações são da Revista Oeste.