sábado, maio 4, 2024
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Óbito causado por Febre Maculosa deixa em alerta os municípios de Além Paraíba, Carmo e Sapucaia

Um óbito por Febre Maculosa deixou em alerta os municípios de Além Paraíba, Carmo e Sapucaia desde ontem, quinta-feira, 10 de agosto.

Durante final da tarde da quarta-feira, dia 09, a Secretaria Municipal de Saúde do vizinho município de Carmo acionou a Vigilância Sanitária de Além Paraíba, relatando que havia sido confirmado, por meio de exame conduzido no Laboratório de Referência, da investigação de um óbito suspeito da doença.

A vítima em questão seria um homem, residente em um bairro não revelado do também vizinho município de Sapucaia, que desempenhava a atividade de jardineiro em inúmeras localidades, e que durante seu período de internação no Hospital Nossa Senhora do Carmo havia relatado que havia trabalhado em uma área próxima ao Rio Paraíba do Sul, mais especificamente na Ilha da Marambaia, ao lado da Ilha Gama Cerqueira, em Além Paraíba. Vale ressaltar, assim como em boa parte das margens esquerda e direita do Rio Paraíba do Sul que corta os três municípios, onde inclusive está localizada a referida ilha, a existência capivaras, um dos maiores hospedeiros do carrapato estrela, principal causador da febre maculosa, é de um número elevadíssimo.

A Secretaria Municipal de Saúde de Além Paraíba emitiu uma Nota a respeito do ocorrido – vide ao final desta matéria.

A Febre Maculosa (*)

Doença transmitida pelo carrapato-estrela ou micuim, infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. O carrapato-estrela não é o carrapato comum, que encontramos geralmente em cachorros. A espécie em questão, Amblyomma cajennense, transmissora da doença, pode ser encontrada em animais de grande porte (bois, cavalos, etc.), cães, aves domésticas, gambás, coelhos e especialmente, na capivara.

Transmissão:

Para haver transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele das pessoas. Os carrapatos mais jovens e de menor tamanho são os mais perigosos, porque são mais difíceis de serem vistos. Não existe transmissão da doença de uma pessoa para outra.

Sintomas:

A doença começa de forma repentina com um conjunto de sintomas semelhantes aos de outras infecções: febre alta, dor no corpo, dor da cabeça, falta de apetite, desânimo. Depois, aparecem pequenas manchas avermelhadas que crescem e tornam-se salientes. Essas lesões, parecidas com uma picada de pulga, às vezes, apresentam pequenas hemorragias sob a pele; aparecem em todo o corpo e também na palma das mãos e na planta dos pés, o que em geral não acontece nas outras doenças como sarampo, rubéola, dengue hemorrágico, por exemplo. Por essa razão o médico deve observar o histórico do paciente, principalmente, se ele esteve em regiões onde há cavalos ou animais silvestres ou em locais onde foram registrados casos de Febre Maculosa. Os sintomas levam em média de sete a dez dias para se manifestar e a partir daí, o tratamento deve ser iniciado dentro de no máximo cinco dias. Após este período, há sérios riscos de que os medicamentos não surtam mais o efeito desejado.

Tratamento:

A Febre Maculosa tem cura desde que o tratamento com antibióticos seja introduzido nos primeiros dois ou três dias. O ideal é manter a medicação por dez a quatorze dias, mas logo nas primeiras doses o quadro começa a regredir e evolui para a cura total. Atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento pode provocar complicações graves, como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins, dos pulmões, das lesões vasculares e levar ao óbito.

Prevenção:

Para se proteger e facilitar a visualização dos carrapatos e dos micuins é muito importante que as pessoas, quando entrarem em locais de mato, estejam de calça e camisa compridas e claras e, preferencialmente, de botas. A parte inferior da calça deve ser posta dentro das botas e lacrada com fitas adesivas. Se possível, evite caminhar em áreas conhecidamente infestadas por carrapatos e, a cada duas horas, verifique se há algum deles preso ao seu corpo. Quanto mais depressa ele for retirado, menores os riscos de infecção. Ao retirar um carrapato, não o esmague com as unhas. Com o esmagamento, pode haver liberação das bactérias que têm capacidade de penetrar através de pequenas lesões na pele; também não force o carrapato a se soltar encostando agulha ou palito de fósforo quente. O estresse faz com que ele libere grande quantidade de saliva, o que aumenta as chances de transmissão das bactérias transmissoras da doença. Os carrapatos devem ser retirados com cuidado, por meio de uma leve torção, para que sua boca solte a pele. Existem também repelentes com concentrações maiores do produto químico DEET (N-N-dietil-meta-toluamida), que são eficientes contra mosquitos e carrapatos.

Observações e recomendações:

– cada fêmea de carrapato infectada pode gerar até 16 mil filhotes aptos a transmitir rickettsias. Deste modo, se você tem o hábito de levar o seu cão para viajar com você para áreas rurais, tome cuidado para que ele não se torne reservatório da febre maculosa quando você retornar para a sua cidade. Os cães, muitas vezes, não apresentam nenhum sintoma da doença;

– para quem mora nas regiões rurais, é bom não deixar os cães dentro de casa e procurar fazer com frequência a higiene dos animais, principalmente dos cavalos, com carrapaticidas. Uma medida eficaz, que também evita a proliferação dos carrapatos, é aparar o gramado rente ao solo uma vez por ano na época das águas, de preferência com roçadeira mecânica. Com o capim baixo, os ovos ficarão expostos ao sol e não vingarão, quebrando-se o ciclo do parasita;

– a Febre Maculosa é mais comum entre os meses de junho e novembro, período em que predominam as formas jovens do carrapato, conhecidas como micuins;

– não se esqueça de que os sintomas iniciais da Febre Maculosa são semelhantes aos de outras infecções e requerem assistência médica imediata. Esteja atento ao aparecimento dos sintomas e procure um médico para diagnóstico e tratamento.

(*) Fonte: Fundação Oswaldo Cruz

Comunicado Oficial

Data: 10 de agosto de 2023

Prefeitura de Além Paraíba Esclarece Caso de Febre Maculosa com Óbito em Carmo/RJ

A Prefeitura Municipal de Além Paraíba, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, vem a público para esclarecer os detalhes acerca de um trágico caso de febre maculosa que resultou em óbito no município de Carmo/RJ.

No dia 09 de agosto, durante o final da tarde e início da noite, a Secretaria de Saúde de Carmo/RJ acionou a vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Além Paraíba. O motivo foi a confirmação, por meio de exame conduzido no Laboratório de Referência, da investigação de um óbito suspeito de Febre Maculosa.

O indivíduo em questão desempenhava a atividade de jardineiro em múltiplas localidades. Durante seu período de internação, relatou ter trabalhado em uma área próxima ao Rio Paraíba do Sul, especificamente na Ilha Gama Cerqueira, em nosso município. Contudo, o endereço preciso dessa exposição não foi disponibilizado.

É relevante observar que a informação inicial sobre a residência do paciente, divulgada durante sua internação no Hospital Nossa Senhora do Carmo, estava equivocada. O paciente, na realidade, residia em um bairro do município vizinho de Sapucaia.

A mesma atualização foi compartilhada com a equipe de epidemiologia de Sapucaia, que já se encontra em processo de investigação para determinar a residência correta do paciente. A colaboração entre os municípios de Além Paraíba e Sapucaia é essencial para traçar um mapa dos locais frequentados pelo paciente nos 15 dias anteriores à internação. Destacamos o empenho da SMS de Além Paraíba, em parceria com a GRS Leopoldina, no rastreamento em nosso município.

Até o momento, todas as amostras coletadas do carrapato Amblyomma Sculptum (conhecido como carrapato estrela) revelaram-se negativas para a presença do agente causador da Febre Maculosa.

As atividades de mapeamento seguem em curso, enquanto os Agentes de Combate a Endemias/Dengue, após capacitação nos dias 12 e 13 de abril de 2023, estão habilitados para realizar a vigilância e identificação de focos desses carrapatos.

O Ministério da Saúde destaca que a Febre Maculosa é uma enfermidade febril aguda, variando em gravidade. Seus sintomas podem ser confundidos com outras doenças e abrangem febre, cefaleia intensa, dores corporais, náuseas, vômitos, desconforto abdominal, diarreia e, em casos mais severos, manifestações hemorrágicas, como manchas avermelhadas na pele. Alertamos para a importância de estar atento aos sinais e informar ao médico sobre qualquer exposição recente a picadas de carrapatos.

Reforçamos medidas preventivas:

  • Evitar contato com carrapatos, a principal medida de prevenção.
  • Preferir roupas claras para facilitar a identificação dos carrapatos de tonalidade escura.
  • Utilizar vestimenta adequada (calças, botas e blusas de mangas compridas) ao circular em áreas arborizadas e gramadas.
  • Evitar locais com vegetação alta.
  • Aplicar repelentes de insetos.
  • Examinar seu próprio corpo e seus animais de estimação em busca de carrapatos.
  • Em caso de detecção, remover o carrapato com cuidado usando uma pinça.

Dúvidas podem ser esclarecidas através do número (32) 3462-3303 da Vigilância em Saúde. Para informações específicas, é possível entrar em contato com a coordenadora Paula pelo celular 32 98827 3146 (não é WhatsApp), ou com Luiz Carlos, coordenador de vigilância epidemiológica, e Nubia, enfermeira referência técnica da vigilância epidemiológica.

Saudações,
Cláudio de Oliveira Klein
Secretário de Saúde