quarta-feira, maio 1, 2024
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Após culpar casal Bolsonaro, governo petista encontra 261 móveis ‘desaparecidos’

Segundo a assessoria da Presidência, os objetos foram encontrados “nas diversas dependências” do Palácio da Alvorada.

O governo federal informou que encontrou todos os 261 itens do mobiliário do Palácio da Alvorada que foram dados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como desaparecidos. Os objetos foram encontrados dentro da própria residência oficial da Presidência da República, em Brasília.

A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo ontem, quarta-feira (20). Logo no início do terceiro mandato de Lula, o suposto sumiço do patrimônio foi motivo de acusações e ataques do petista e da primeira-dama, Janja da Silva, ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a mulher dele, Michelle Bolsonaro.

O então “desaparecimento” dos objetos foi utilizado como argumento pelo governo federal para fazer uma compra de várias mobílias de luxo sem licitação, que chegou a quase R$ 200 mil reais. Nesse sentido, foram gastos R$ 65 mil com um sofá e R$ 42 mil para uma cama de casal. A Secretaria de Comunicação Social (Secom)  informou que os objetos compõem o patrimônio público da União.

A compra de móveis, inclusive, foi alvo de polêmica em razão de dispensa de licitação, o que foi questionado por parlamentares da oposição junto ao Tribunal de Contas da União (TCU). O processo foi arquivado pelo relator, Vital do Rêgo, em razão de não cumprir os requisitos de admissibilidade, já que os parlamentares não conseguiram apontar indícios mínimos de sobrepreço, superfaturamento ou malversação de dinheiro público no episódio.

Janja fez de tudo para mostrar ausência de móveis e infiltrações

No início de 2023, ainda morando em um hotel, o casal Lula da Silva reclamou da situação que estavam o Alvorada e a Granja do Torto. O petista chegou a acusar, ainda janeiro daquele ano, que Jair e Michelle “levaram tudo”, dando início então a uma intensa troca de farpas.

Michelle Bolsonaro afirmou que não retirou móveis do Palácio da Alvorada que não fossem os dela.

“Não sei se eram coisas particulares do casal, mas levaram tudo. Então, a gente está fazendo a reparação, porque aquilo é um patrimônio público”, afirmou Lula durante café da manhã com jornalistas que fazem a cobertura do Palácio do Planalto.

“Pelo menos a parte de cima [do Palácio], está uma coisa como se não tivesse sido habitada, porque está todo desmontado, não tem cama, não tem sofá. Possivelmente, se fosse dele, ele tinha razão de levar mesmo. Mas, ali é uma coisa pública”, concluiu.

Na mesma época, Janja fez um tour pelo Palácio para mostrar ausência de móveis, infiltrações e itens danificados. “O prédio é tombado. Estamos pensando em fazer o tombamento das coisas que estão dentro do Alvorada. Para que não aconteça mais isso, de um governante chegar e retirar as coisas que são patrimônio do Estado brasileiro”, disse em janeiro de 2023.

Nesse mesmo período, a assessoria de imprensa da Presidência da República comunicou que 261 bens do patrimônio da residência oficial estavam desaparecidos. Tempos depois, a partir de um levantamento do inventário, os itens do mobiliário caíram para 83 móveis. Já em setembro do ano passado, o trabalho foi concluído e foi constatado que não haviam itens desaparecidos.

A reportagem de O TEMPO Brasília chegou a fazer mais de um pedido de Lei de Acesso à Informação (LAI) solicitando dados do levantamento do inventário, mas a Presidência da República tinha informado que esse trabalho não tinha sido concluído e, por causa disso, não tinha documento a ser encaminhado.

Em recente pedido de LAI, a Folha de S. Paulo teve acesso ao relatório completo. Ao ser questionada onde estavam os objetos, a Secom da Presidência da República respondeu apenas que as mobílias estavam “nas diversas dependências” do Palácio da Alvorada.

A resposta corrobora com as declarações à imprensa dada por Michelle Bolsonaro de que os objetos estariam guardados no depósito e que o casal Lula da Silva fazia uso político acusando ela e Jair Bolsonaro de sumirem com o patrimônio da Alvorada.

Por meio da sua conta no X, antigo Twitter, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que o presidente fez “falsa comunicação de furto”. “Todos os móveis estavam no Alvorada. Lula incorreu em falsa comunicação de furto”, disse.

Saiba o que faz parte do mobiliário perdido e agora achado por Lula no Alvorada

De um cabideiro a 32 aparelhos de ar-condicionado. De uma cigarreira de prata e um cinzeiro de pé a uma pinha de cristal, passando por dois fogões industriais, cinco camas e 33 livros de arte. Esses são apenas alguns dos 261 itens, entre objetos e móveis, que o governo federal encontrou após ter responsabilizado o casal Bolsonaro de se mudar do Palácio da Alvorada e levado consigo parte do mobiliário público.

A localização das peças veio a público ontem, quarta-feira (20), depois de o governo reconhecer que as peças reclamadas como desaparecidas estavam, na verdade, em “cômodos diversos” da residência oficial da Presidência da República. O “esvaziamento” da área privativa reclamado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela primeira-dama Janja da Silva, em janeiro de 2023, fez com que a União gastasse quase R$ 200 mil na compra de diversos móveis, entre eles um sofá de R$ 65 mil e uma cama de R$ 42 mil.

Ainda ontem, a Secretaria de Comunicação (Secom) do Palácio do Planalto declarou em nota que a confusão na identificação dos objetos e móveis não identificados foi da gestão anterior, responsável pela listagem das peças. De acordo com a pasta, parte dos itens não está em condições de uso, o que justificaria o investimento dos objetos.

Entre as peças perdidas e agora encontradas estavam eletrodomésticos como um liquidificador, uma batedeira, duas lavadoras de alta pressão, dois fogões industriais, dois botijões a gás, transformadores, uma tela e um aparelho de projeção, mais de dez armários, cinco camas e pelo menos 21 mesas em tamanhos variados.

Também compõem o inventário localizado na residência oficial cabides, cabideiros, cadeiras, cinco sofás, 17 poltronas, três escadas, um tapete persa, uma escultura de bronze, quatro aparelhos telefônicos, entre dezenas de outros itens.

Fonte: Jornal O TEMPO

An Quim