sexta-feira, abril 26, 2024
DESTAQUEEDITORIAL

A pandemia não acabou…

EDITORIAL

Por Flávio Senra (*)

Semana de festejos natalinos seguidos das comemorações de ano novo. Dias perigosos para todos devido o avanço dos casos e óbitos causados pelo coronavírus, que certamente crescerão por conta das festas e, principalmente, pelo descuido e abuso de parte da população que ainda não enxerga o perigo à sua volta.

As notícias são de arrepiar os cabelos, até mesmo aqueles que ficam bem próximo daquele local que vocês maldosamente estão pensando. Hoje, lendo um artigo da pesquisadora Chrystina Barros, pesquisadora em saúde do COOPEAD/UERJ, se o governo não colocar em prática medidas restritivas pesadas, vidas e mais vidas serão ceifadas, e não serão poucas. Os números são crescentes e subirão ainda mais, e se nenhuma atitude mais dura não for tomada a conta poderá ser altíssima.

No último sábado (19), na cidade paulista de Piracicaba (SP), perdi meu primeiro ente familiar vítima desse famigerado mal que foi exportado para o mundo todo através da China. Um tio muito querido, médico conceituado naquela cidade, Dr. Rubens Arruda da Rocha, depois de um martírio que durou 86 dias de internação num hospital cercado de todos os recursos possíveis e imagináveis, juntou-se ao Pai Eterno deixando saudades. A dor é imensa, ainda mais que tive o prazer e a oportunidades de conviver e ter excelentes passagens com ele. Era uma figura sempre alegre, atenciosa e preocupada com toda a família. Um gentleman no sentido pleno da palavra…

Mas sigamos adiante com tudo o que tenho lido, ouvido e já venho pregando através desse nosso site de bom período para cá. A expectativa de piora no quadro atual nestes dias que antecedem o fim do ano de 2020 e o início de 2021 não é promissora. Segundo o médico infectologista Alberto Chebabo, do Laboratório Bronstein e médico-diretor do Hospital do Fundão (UFRJ), é provável que o número de casos de janeiro sejam ainda maiores que os de dezembro que, é o que está levando a crer, serão terríveis. Entre esses dois meses, a possibilidade de aumento no volume de casos de contaminação seja maior que no início da pandemia, entre abril e maio, o que certamente pode nos trazer um número ainda maior de mortes.

Precisamos, eu, você e toda população, tomar uma atitude de grande precaução e, sobretudo, responsabilidade já que não existe uma solução milagrosa diante desse mal que aflige toda humanidade. E essa atitude tem que ser imediata.

Que 2021 não seja uma retrospectiva de 2020. Não podemos nos esquecer dos cuidados com a higiene e evitar toda e qualquer aglomeração. Sem festas e comemorações nos próximos dias, independente que sejam Natal e Ano Novo.

Desculpem-me pelo puxão de orelhas, mas a pandemia não acabou…

(*) Flávio Senra é o editor do ALÉM PARAHYBA desde junho de 1993.