quinta-feira, maio 2, 2024
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Estado redistribui Coronavac para buscar adiantar a vacinação de idosos e adolescentes

Estratégia é terminar a imunização de jovens acima de 18 anos com o produto do Butantan para utilizar as vacinas da Pfizer nos novos grupos.

Em portaria publicada no último sábado (11), o Governo de Minas Gerais passou a obrigar os municípios, que já terminaram a vacinação de adultos contra a Covid-19, a repassarem as doses remanescentes de Coronavac às cidades que ainda não encerraram a imunização de quem tem 18 anos ou mais. A ideia da Secretaria de Estado de Governo (SES-MG) é utilizar o produto do Instituto Butantan para concluir o grupo de adultos nas cidades restantes e, assim, poder enviar as próximas remessas de Pfizer para aplicação em adolescentes e para a terceira dose de idosos.

A medida foi anunciada pelo titular da SES-MG, Fábio Baccheretti, em coletiva à imprensa nesta terça-feira (14). Segundo o secretário, 404 municípios já comunicaram a conclusão da vacinação em adultos, sendo que a pasta municipal estima que também há cidades que já concluíram e ainda não oficializaram. Como a Coronavac ainda não tem liberação para ser aplicada como dose de reforço ou em adolescentes, há o temor de que as doses atualmente armazenadas nos municípios fiquem inutilizadas futuramente.

 “Na sexta-feira (17), nós vamos distribuir a Pfizer que chegar nesta semana. Nós vamos fazer uma análise geral do estado para que a gente não fique com Coronavac parada. Depois, a gente envia a Pfizer que vamos receber para que os municípios vacinem adolescentes e idosos”, explica Baccheretti, sem estimar data para a entrega das vacinas direcionadas aos novos grupos. Até o final desta semana, há a expectativa de recebimento de 657 mil doses de Pfizer em Minas.

Apesar de considerar positiva a atual situação epidemiológica do estado em comparação aos meses anteriores de 2021, as mortes de idosos com Covid-19 ainda estão em taxa relevante, segundo a SES-MG. “Os idosos vacinados, mesmo vacinados, formam o grupo principal de óbitos. O idoso continua sendo mais vulnerável à pandemia, por isso a necessidade da dose de reforço para quem já completou seis meses da segunda dose”, argumenta Fábio Baccheretti.

Desde a última semana, Juiz de Fora vacina idosos institucionalizados com a terceira dose de vacina contra a Covid-19. Os adolescentes começaram a ser vacinados nesta terça, com a imunização de grávidas e puérperas, além de jovens com autismo, síndrome de Down e paralisia cerebral.

Delta segue preocupando

Segundo a SES, o estado acumula sete amostras genotipadas com a variante Mu, cepa identificada primeiramente na Colômbia. De acordo com Baccheretti, a tendência é que o estado já tenha transmissão comunitária da variante. Entretanto, a principal preocupação do estado segue sendo a Delta. “A variante Mu tem uma mutação menos importante que a Delta. A nossa preocupação continua sendo a Delta por conta da mutação, é a variante que mais preocupa o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado de Saúde”, justifica.

Fornecimento de AstraZeneca

Questionado sobre a distribuição de AstraZeneca no estado, Baccheretti justificou a falta de continuidade no fornecimento por conta de uma queda na expectativa de entregas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “Alguns municípios estavam utilizando essa entrega contínua para poder utilizar a segunda dose como primeira, mas houve essa redução de expectativa e está sendo um problema para os municípios”, explica o secretário.

A SES-MG tem a expectativa de receber novas doses do produto no final de semana, de modo que a distribuição aos municípios deve acontecer ainda no começo da próxima semana. Entretanto, Fábio Baccheretti lembrou que os atrasos na segunda dose não representam riscos à imunização. “Lembrando que esse aumento de intervalo (entre as doses) não tem prejuízos para a população”, assegura.

Fonte: Tribuna de Minas