HSS / INTERVENÇÃO / MP

EDITORIAL

Por Flávio Senra (*)

As últimas informações sobre a intervenção do Hospital São Salvador tem deixado dúvidas estarrecedoras sobre a sua eficácia, sem contar que inúmeras são dúvidas sobre quais a providências estão sendo tomadas pelo Ministério Público sobre as inúmeras denúncias que foram enviadas ao órgão sobre possíveis atos de improbidade administrativa cometidas pelo atual governo municipal.

Sobre a eficácia da intervenção não restam dúvidas de que ela foi esdrúxula, digna até mesmo de uma “Chácara de Judas” (pena que a Semana Santa já passou), isto porque até agora nada foi apresentado sobre atos que comprometam a idoneidade moral e pessoal do provedor afastado, Dr. Rafael Gracioli, alvo maior do prefeito Miguelzinho e seus agregados. Exemplificando esta afirmativa, temos as contas de energia elétrica que estavam sendo pagas regularmente pela gestão afastada, fruto de uma negociação entre a instituição e a empresa concessionária (Energisa S/A), e que a interventoria está sem pagar desde que assumiu o controle do HSS, calote levado ao conhecimento da população através da “live” realizada em 26 de junho último. Vale ressaltar, as perseguições aos colaboradores da instituição criada pelo emérito Dr. Paulo Joaquim da Fonseca, isto pelos idos da primeira década do século passado, tem sido constantes, bastando um comentário entre quatro paredes para o comentarista ser execrado pelos interventores e seus lambe-botas.

Ainda sobre a instituição, o povo alemparaibano aguarda ansioso por um relatório ou algo parecido, com provas documentais e não com idiossincrasias levadas por interlocutores que são regiamente pagos pelos sofres públicos municipais, sobre o que foi feito de 07 de janeiro até agora. O que foi feito com o dinheiro já alocado pela prefeitura, ao que parecem alguns milhões de reais? Sabe-se, é sempre bom lembrar, as despesas mensais do HSS chegam a mais de R$ 1,3 milhão a cada mês, com uma arrecadação em torno de R$ 900 mil mensais, um déficit que sempre foi de conhecimento da atual gestão municipal, assim como de todas as anteriores. E sobre obras já quase finalizadas que foram herdadas pela intervenção, já foram concluídas? Faltava tão pouco, por que então esse silêncio, nem um pipocar de fogos de artifício sobre o assunto?

Mas deixemos de lado esse assunto que já foram tantas e tantas vezes apresentado ao nosso público leitor, bem como as autoridades constituídas dentro do município que tem por obrigação fiscalizar o que é feito com o dinheiro público, no caso ma Câmara Municipal de Além Paraíba e, porque não, o próprio Ministério Público de Minas Gerais e o Judiciário.

Durante esse período em que está afastado da provedoria do HSS, cuidando somente de seu trabalho, o salvar vidas e aliviar as dores de quem necessita, cuja nobreza vem desde os primórdios da civilização, o médico Dr. Rafael Gracioli levou ao conhecimento dos MP’s Estadual e Federal inúmeras denúncias acompanhadas de farta documentação que mostravam fortes indícios de fraude e corrupção. Até o atual momento, é o que se tem conhecimento, várias dessas denúncias estão em fase de averiguação, infelizmente a passos de tartaruga, enquanto que com meia-dúzia de afirmativas inócuas oferecidas pela municipalidade, sem qualquer comprovação e legalidade, resultaram nessa situação caótica que está levando o nosso Hospital São Salvador, digo NOSSO pois pertence ao povo e não à municipalidade, à morte.

Em conversa informal junto ao provedor afastado, ficamos de tentar agendar um encontro com os mui dignos representantes do Ministério Público da Comarca de Além Paraíba, no sentido de obter informações sobre as várias denúncias já formalizadas junto ao órgão onde são salientadas, com documentos, possíveis irregularidades do atual governo do município. Nesta conversa, já que o ano é de eleições, ficamos de levar essas situações ao conhecimento dos vários deputados, federal e estadual que no município abocanham votos, sobre o que se passa de fato na boa terra banhada pelo Rio Paraíba do Sul…

(*) Flávio Senra é editor do Jornal Além Parahyba desde junho de 1993.