sábado, maio 4, 2024
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Mais velha do Brasil? Idosa da Grande BH celebra os 117 anos com dose de cachaça

De acordo com a centenária, tomar uma ‘branquinha’ sempre que possível é uma dica para alcançar a longevidade.

O aniversário de 117 anos de Orádia de Almeida de Jesus movimentou o bairro Rosana, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, na segunda-feira (11 de setembro). Os moradores do bairro se juntaram e fizeram uma festinha para a idosa, que é nascida em Juiz de Fora, na Zona da Mata, mas mora em Ribeirão das Neves há 53 anos. Sob suspeita de ser a mais velha do Brasil, dona Orádia será inscrita no Guinness Book. Para ela, a receita da longevidade é mais simples do que parece.

A celebração teve bolo, modão e uma boa e velha ‘cachacinha’, tudo que a idosa adora. Segundo Orádia, comer bolo de inhame, tomar dois dedinhos de cachaça e ouvir um bom sertanejo raiz faz qualquer um passar dos 100 anos.

“Cresci comendo bolinho de inhame, o que me deu muita força. E uma cachacinha de vez em quando não faz mal a ninguém. Ouvir o que gosta também não. Eu adoro Sérgio Reis e Tonico e Tinoco”, disse animada a aniversariante.

Orádia tem orgulho da idade que tem e ostenta com contentamento sua carteira de identidade e a certidão de nascimento. Os documentos validam para os céticos que a idosa nasceu em 11 de setembro de 1906. A longa história de vida fez a centenária colecionar amigos na cidade que se revezam para garantir que ela tenha tudo o que precisa.

Por isso, os moradores da região se dividem para cuidar de Orádia e da filha dela, de 75 anos.  As mulheres, que moram juntas, recebem um retorno da época da mocidade, em que eram elas que cuidavam bem de todos.

“Eu sou um dos cuidadores porque é uma idosa cuidando da outra. Pra mim é um prazer levá-las ao médico, ajudar a pagar contas, fazer compras. Quando eu era criança, a dona Orádia e a filha cuidavam de mim para minha mãe ir trabalhar, hoje, os papéis se inverteram e cuido com todo carinho e atenção”, revela o cuidador Gilmar Fórneas.

Gilmar destaca ainda que ele deu a dose de cachaça para a aniversariante, mas foram só dois dedinhos. A bebida é consumida pela centenária exclusivamente em datas especiais. “Dona Orádia é maravilhosa e uma apaixonada pela vida. Ela adora uma cachacinha, mas toma sob minha supervisão só dois dedinhos em datas especiais”, enfatizou o cuidador.

Dona Orádia é a mais velha do Brasil?

Gilmar agora quer deixar Orádia conhecida não só em Ribeirão das Neves, mas em todo o país. “Agora vou inscrevê-la no Guinness Book porque eu e os outros moradores da cidade achamos que ela pode ser a idosa mais velha do Brasil, o que nos dará mais um motivo pra celebrar”, disse.

Recentemente, dona Orádia participou do projeto nonagenárias – idealizado pela jornalista Luciana Morais. O projeto tem o intuito de valorizar e evidenciar as histórias de mulheres mineiras com mais de 90 anos.

Das 60 entrevistadas até agora, Orádia é a mais velha. “É uma alegria poder dar voz a uma mulher de 117 anos. São muitas histórias de luta, garra, perdas, superação e fé na vida”, avaliou Luciana Morais.

Fonte: O Tempo – Por Alice Brito