sábado, maio 4, 2024
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Bolsonaro tem encontro reservado com Milei na Argentina

Acompanhado por uma comitiva, ex-presidente diz que a reunião foi uma ‘conversa entre amigos’.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reuniu-se nesta sexta-feira (8) com o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, que tomará posse no domingo (10). O encontro, em um hotel em Buenos Aires, teve a presença do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, do senador e ex-ministro Ciro Nogueira (PP-PI), do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, do advogado Fabio Wajngarten, assessor de Bolsonaro, e do ex-ministro Gilson Machado.

Ao deixar o local, após cerca de uma hora, Bolsonaro disse que teve uma “conversa entre amigos”. “Foi uma conversa entre amigos, ele fez um breve retrato do que vive a Argentina no momento. A questão mais importante é a economia. Todo mundo sabe disso. A escola dele é a austríaca, a do [ex-ministro da Economia] Paulo Guedes é uma outra, a de Chicago, que tem os mesmos objetivos”, disse.

A comitiva de bolsonaristas que acompanha o ex-presidente participou de uma outra reunião com Milei e Bolsonaro no hotel em Buenos Aires. Entre os integrantes da comitiva estão os deputados Lucas Bove (PL-SP), a deputada Bia Kicis (PL-DF) e Carmelo Neto (PL-CE), que divulgaram vídeos e fotos nas redes sociais.

Do lado argentino, estão Patricia Bullrich, ex-rival de Milei e sua nova ministra da Segurança, e Giovanni Larosa, assessor de campanha de Milei. É ele quem faz o vínculo do ultraliberal com Eduardo Bolsonaro e a delegação de congressistas e governadores brasileiros que viajaram tanto para as eleições quanto para a posse.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não irá à posse de Milei. A despeito do convite oficial feito a Lula, influenciou a decisão os ataques proferidos pelo argentino ao petista durante a campanha eleitoral. O país deve ser representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

A jornalistas, o ex-presidente falou sobre as medidas econômicas que Milei deve adotar. “Ele vai ter que tomar medidas mais rápidas. Temos uma hiperinflação no horizonte. Ele pretende conter obviamente isso daí. O número de delegações que ele vai receber no domingo é muito grande e é um sinal de que a Argentina é um país muito importante para o mundo”, completou.

Ele deu ainda uma indireta a Lula. “A esquerda quer a união pelo poder. Nós queremos a união pelo bem-estar da sua população e respeitando, obviamente, a autonomia de cada país.”

Fonte: Por Cristiane Agostine e Júlia Barbon, Valor e Folhapress — São Paulo e Buenos Aires