sábado, outubro 25, 2025
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Polícia Civil abriu inquérito para investigar a morte de paciente no Hospital São Salvador vítima do incêndio ocorrido da madrugada do último domingo (29)

População cobra responsabilidade. Sob intervenção municipal desde 2022, instituição foi transformada numa verdadeira “Casa da Mãe Joana”.

A Polícia Civil já teria aberto um inquérito para investigar a morte de Ivonete, 55 anos, vítima de um incêndio no quarto da enfermaria do Hospital São Salvador, ocorrido na madrugada do último domingo (29). Segundo o Corpo de Bombeiros, a unidade hospitalar não possui um projeto de segurança contra incêndio e pânico.

De acordo com familiares, a vítima, que residia em Estrela Dalva, distante cerca de 40 quilômetros de Além Paraíba, estava internada já fazia 10 dias apresentando inchaço, olhos amarelados e bolhas pelo corpo. Durante o incêndio, ela sofreu queimaduras de segundo grau em 70% do corpo. A paciente foi entubada e aguardava transferência para outra unidade, mas não resistiu e morreu no hospital.

Segundo registro de ocorrência do Corpo de Bombeiros, a provável causa do incêndio foi um curto-circuito no quarto da enfermaria. Ao todo, 26 pessoas foram evacuadas do hospital. As chamas atingiram as alas de Enfermaria Feminina, Pediatria e Cirurgia Feminina. Ainda conforme o registro, os próprios funcionários do hospital conseguiram controlar o fogo antes da chegada dos bombeiros.

A Polícia Civil investiga o caso.

População cobra responsabilidade

No dia seguinte à tragédia, foi realizada uma sessão ordinária na Câmara Municipal de Além Paraíba para discutir o incêndio no Hospital São Salvador. À ocasião, um funcionário do HSS, o técnico de Raio-X Juliano Zamboni, revelou o estado de abandono em que se encontra a instituição desde que um esdrúxula Intervenção Municipal foi promovida pelo atual prefeito Miguel Belmiro de Souza, o Miguelzinho, isto no início de 2022, cujo resultado é catastrófico

Durante esse período de intervenção, além do sucateamento de equipamentos, o sistemático atraso no pagamento mensal dos salários dos funcionário e o 13º (este chegou a demorar quase um ano para ser pago), o péssimo atendimento na unidade hospitalar onde faltam medicamentos básicos, roupa de cama e uma gigantesca perseguição aos funcionários considerados como aliados ao ex-provedor e equipe que foram afastados de forma arbitrária, sem contar outras situações escabrosas, a dívida do HSS cresceu assustadoramente. Os funcionários que sofreram perseguição e foram demitidos pelos interventores indicados pelo prefeito e sua equipe, na sua maioria até hoje não receberam seus direitos, como aviso prévio, FGTS e outros benefícios legais, daí promoverem ações junto à Justiça do Trabalho, até hoje não pagos, que ultrapassam, segundo informações oficiosas, a casa de R$ 5 milhões.

Pelas ruas da cidade o comentário junto a maioria da população é de que o Hospital São Salvador foi transformado numa verdadeira Casa da Mãe Joana, trocando em miúdos numa verdadeira ZONA!

Em nota divulgada nas redes sociais, a atual Interventoria nomeada pelo prefeito, ao que parece a terceira ou quarta, informou que está prestando apoio aos familiares da vítima e lamentou profundamente o ocorrido. Na nota também foi explicitado que não serão medidos esforços para apurar as causas do incêndio, incluindo a contratação de uma perícia técnica, caso seja necessário.

Voltando à reunião realizada na Câmara Municipal, um vereador conhecido como Luiz do Matadouro, numa infeliz colocação sugeriu que a responsabilidade do fato seria também dos funcionários, sendo que foram estes funcionários é que colocaram suas vidas em risco para a retirada de pacientes que estavam correndo sérios riscos durante a tragédia. Ressalta-se, como relatado na primeira parte da reportagem, os bombeiros somente chegaram ao local do incêndio após esses mesmos funcionários terem debelado o fogo e retirado os 26 pacientes que estavam expostos ao perigo.

Em entrevista a uma emissora de rádio da cidade, o prefeito Miguelzinho disse que é preciso ter muita cautela para tratar a questão do incêndio que atingiu o Hospital São Salvador e causou a morte de uma paciente que estava internada no local. Segundo ele, a situação seria muito complexa e que todo acidente tem uma causa e efeito. Inicialmente, sugeriu o prefeito, é necessário aguardar o resultado da perícia para saber se houve falha humana e negligência, e que no dia seguinte teria ordenado o envio de uma empresa especializada para analisar todos os pontos de energia existentes naquela unidade hospitalar e descobrir o que causou o incêndio.

O prefeito ainda salientou que é preciso dar respostas a população e assim que os trabalhos investigativos forem concluídos essas respostas serão fornecidas.

De outro lado, o que se vê por toda cidade e região é um rol de indagações, até mesmo uma sugestão ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais, que numa rapidez surpreendente quando da intervenção municipal apoiou o ato do Executivo Municipal no afastamento da então provedoria e de todo o corpo do Conselho Diretor da instituição, o faça o mesmo no sentido de punir rigorosamente as responsabilidades. Ressalta-se que o Hospital São Salvador não pertence à municipalidade já que é uma instituição público-privada, sem fins lucrativos, o que para vários juristas não poderia ter sofrido uma intervenção municipal.

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