Eduardo Tagliaferro é detido pela polícia italiana
Marcos do Val diz que imagens do 8/1 não foram apagadas.

O perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi detido nesta quarta-feira (1) pela polícia italiana, conforme confirmado por seu advogado, Eduardo Kuntz, à Gazeta do Povo. Segundo Kuntz, Tagliaferro foi conduzido pelos Carabinieri à delegacia em Roma para cumprimento de uma medida cautelar de restrição de circulação. A defesa aguarda a cópia da notificação oficial e espera que o cliente seja liberado ainda hoje.
Tagliaferro, que atualmente reside na Itália, ficou conhecido por suas denúncias contra o ministro Alexandre de Moraes, alegando abusos de poder e perseguições políticas. Ele afirmou que o ex-ministro utilizou a estrutura do TSE para embasar relatórios no STF e criticou a atuação da Corte Eleitoral. Em resposta, Moraes solicitou sua extradição, alegando que Tagliaferro vazou informações sigilosas e atuou em benefício de interesses políticos. Entretanto, juristas apontam que a Itália pode negar a extradição, adotando entendimento que protege denunciantes de abusos institucionais.
A detenção de Tagliaferro ocorre em meio a um cenário de tensões políticas e jurídicas, com repercussões tanto no Brasil quanto internacionalmente.
Marcos do Val diz que imagens do 8/1 não foram apagadas
O senador Marcos do Val afirmou que as imagens e registros dos atos de 8 de janeiro não foram apagados, em referência ao vídeo “8 de janeiro revelado”, publicado por ele em 16 de fevereiro de 2024, no qual apresentou documentos, provas e nomes ligados aos acontecimentos. Desde então, o parlamentar relatou ter sofrido perseguições políticas, incluindo censura, multas, suspensão de salário e questionamentos sobre suas prerrogativas parlamentares. Apesar das controvérsias, ele mantém que suas informações estão se confirmando, enquanto pesquisas indicam que a maioria da população já não considera a narrativa de um golpe como verídica. Marcos do Val estará no programa Sem Rodeios para detalhar sua versão dos fatos e comentar sobre as denúncias que fez.
Paulinho da Força se reúne com familiares de presos do 8/1
O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto que altera a dosimetria das penas dos condenados pelos atos de 8 de janeiro, reuniu-se com representantes da Asfav (Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro) e manifestou o desejo de ouvir o ex-ministro José Dirceu (PT) sobre o tema.
Paulinho afirmou que já conhece Dirceu há décadas e que, embora possa discordar, considera legítimo buscar sua opinião para compor o relatório.
Durante as negociações, ele se encontrou também com lideranças do PL, incluindo o presidente do partido, Valdemar Costa Neto. Ele defendeu que seu relatório será “curto e grosso”, restringindo-se a alterações em “duas ou três penas”, e descartou a ideia de uma anistia ampla, geral e irrestrita, proposta pela Asfav.
Dino defende que mudança legislativa na dosimetria não fere a Constituição
O ministro Flávio Dino afirmou que não há problema legal em o Congresso reduzir as penas aplicadas aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Segundo ele, a definição da dosimetria — isto é, a quantidade da pena — “sempre é compartilhada entre o legislador e quem aplica a lei”. Dino ressaltou que o STF apenas fixa penas segundo os parâmetros que o Congresso estabelece.
Ele também destacou que eventuais mudanças nas punições não significam impunidade, já que a Constituição garante ao Parlamento a prerrogativa de legislar sobre crimes e penas, enquanto ao Judiciário cabe apenas aplicar a lei vigente.
Fonte e foto: Gazeta do Povo – Por Joyce Brito