segunda-feira, novembro 24, 2025
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Comandante do Exército pede a Alexandre de Moraes que militares condenados sejam presos sem algemas

Tomás Paiva também solicitou que detenções ocorram sem exposição midiática.

General Tomás Paiva, comandante do Exército, pediu ao ministro Alexandre de Moraes que, quando as prisões forem decretadas, os militares não sejam algemados e sejam conduzidos por integrantes da própria corporação. (Foto: Reprodução / Portal-Site Contra Fatos)

O comandante do Exército, Tomás Paiva, discutiu na segunda-feira (17) com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a situação dos militares condenados por participação na suposta trama golpista. Na conversa, Paiva pediu que, quando as prisões forem decretadas, os militares não sejam algemados e sejam conduzidos por integrantes da própria corporação.

Segundo a revista Veja, o diálogo não ocorreu presencialmente. Paiva recebeu em sua residência, no Setor Militar Urbano de Brasília, o ministro da Defesa, José Múcio. Durante o encontro, Moraes telefonou para o comandante, e foi nesse momento que o general apresentou suas preocupações.

Paiva afirmou que o Exército teme que o processo de prisão cause desgaste público e pediu que não haja exposição midiática. Ele mencionou especialmente o receio de que Augusto Heleno e Paulo Sérgio Passos sejam submetidos a situações consideradas “humilhantes”, o que, segundo ele, poderia gerar tensão interna nos quartéis. Moraes ouviu, mas não comentou.

Modelo de prisão e possíveis destinos

Caso as ordens de prisão sejam executadas, a previsão é que sigam o mesmo padrão da detenção do general Walter Braga Netto, que permanece em uma unidade militar no Rio de Janeiro desde o ano passado, após determinação de Moraes para início imediato do cumprimento da pena. O local provável para receber Heleno e Paulo Sérgio é o Comando Militar do Planalto, em Brasília, com acomodação em sala de Estado-Maior.

Comunicação sobre eventual prisão de Bolsonaro

A conversa por telefone também abordou o cenário envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Paiva informou a Moraes que o Exército está preparado para acolher Bolsonaro caso o STF determine que ele cumpra eventual pena em instalação militar. O general deixou claro que não fazia um pedido, apenas uma comunicação:

“A decisão é de vocês”, afirmou.

Acórdão publicado e próximos passos

Na terça-feira (18), o STF publicou no Diário da Justiça Eletrônico o acórdão que rejeita os primeiros recursos de Bolsonaro e dos demais réus do núcleo central da suposta articulação golpista, entre eles Paulo Sérgio e Augusto Heleno. A publicação dá início à contagem de prazos para novos recursos.

As prisões só devem ocorrer quando não houver mais possibilidade de contestação judicial. Normalmente, o STF determina a execução da pena após a análise dos segundos embargos, mas Moraes pode optar pela prisão imediata caso entenda que as defesas estejam apenas tentando protelar o processo.

Fonte e foto: Portal-Site Contra Fatos