sexta-feira, abril 26, 2024
DESTAQUEGOVERNO DE MINAS GERAIS

Francelino Pereira

O primeiro não-mineiro a governar Minas Gerais, indicado pelo presidente Ernesto Geisel e eleito pela Assembleia Legislativa Mineira, Francelino Pereira dos Santos nasceu em Angical, pequeno município do Piauí, no dia 02 de julho de 1921.

Político mineiro, apesar do nascimento em outro Estado, viveu em Minas desde os tempos de estudante secundário, no Colégio Afonso Arinos, em Belo Horizonte. Iniciou sua vida política quando estudante de Direito na UMG, onde formou-se no ano de 1949, tendo sido um dos fundadores da União Democrática Nacional (UDN), em 1945.

Advogado, jornalista, professor e funcionário público em Belo Horizonte, foi vereador de 1951 a 1954, nunca deixando de participar das campanhas nem da estrutura de seu partido. Foi chefe de Gabinete da Secretaria do Interior, no início do governo Magalhães Pinto, e em seguida (1962) elegeu-se deputado federal, reelegendo-se ininterruptamente até 1979.

Com a extinção dos antigos partidos e a adoção do bipartidarismo, em 1965, entrou para o partido do governo, Arena. Na Câmara, como no partido, caracterizou-se pelo competente trabalho de bastidor. Em 1974, assumiu a presidência da Arena, da qual ressaltou a condição de “maior partido do Ocidente”. Daí por diante, em sintonia com os ministros Petrônio Portela e Golbery do Couto e Silva, desempenhou papel fundamental nas articulações políticas que garantiram o processo de distensão lenta, gradual e segura comandado pelo presidente Ernesto Geisel.

Indicado para o governo de Minas em junho de 1978, foi eleito pela Assembleia Legislativa Mineira em setembro e tomou posse em março do ano seguinte, com mandato até março de 1983. Seu período de governo foi atingido em cheio pela segunda crise mundial do petróleo, de graves conseqüências para toda a economia ocidental. No âmbito estadual, essas consequências se agravaram com as grandes enchentes ocorrida no segundo semestre de 1979. Ainda assim, o governador Francelino Pereira deixou realizações expressivas. Exemplos:

– construção do Aeroporto Internacional de Confins;

– modernização do transporte de massa em Belo Horizonte;

– projeto do Sistema Serra Azul, para suprir a carência de água na Grande BH;

– projeto Sistema Rio Verde, para garantir água fluoretada na região de Montes Claros;

– implantação da quarta fase de expansão da Usiminas;

– estímulo aos pequenos e médios empreendimentos rurais;

– construção de mais de mil novas escolas.

Deixando o governo, Francelino Pereira anunciou que deixaria a política. Indicado para a presidência da Acesita demitiu-se em agosto de 1984. No ano seguinte, assumiu a vice-presidência do Banco do Brasil.

Durante sua trajetória política, foi condecorado com a Medalha Oficial da Ordem do Rio Branco (1976) e a Medalha da Inconfidência (1983). Foi autor de ensaios e publicações diversas, ocupando atualmente a cadeira número 25 da Academia Mineira de Letras, cujo patrono é Augusta Franco. Ele foi o terceiro sucessor da cadeira, a qual foi fundada por João Massena.

Faleceu em 21 de dezembro de 2017, com 96 anos, em Belo Horizonte.

Fonte: Carmo Chagas

Publicado na Edição 782 do Jornal Além Parahyba – 30/04/2014

CAUSOS:

Na campanha para governador, em 1960, Tancredo Neves enfrentava uma estrada esburacada, a bordo de um velho jeep dirigido por um motorista estouvado.

– Dr. Tancredo, como nóis sofre!

– Nóis sofre sim, mas ganhando a eleição nóis vai mandá.

E Tancredo, candidato a governador, em 1982, chegou afônico para um comício na divisa com o Espírito Santo.

– Fala mais alto! Fala mai alto! – gritaram ao pé do palanque.

– Melhor não – sussurrou Tancredo. – Não quero que os capixabas escutem.

O mineiro Negrão de Lima governou o Rio de Janeiro, e quando candidato ao governo fluminense, em 1965, reuniu-se com um grupo de esquerdistas.

– Como pretende tratar os comunistas, se ganhar as eleições?

– Democraticamente. Se for o caso de prender um hoje, dá-se um jeito de soltar outro amanhã. E assim iremos levando.

Eleito governador do Rio de janeiro, Negrão de Lima estava em dificuldade para atender a um amigo, interessado em transferir, para o centro, um médico lotado em repartição do subúrbio.

– Acho melhor, neste caso, fazermos o seguinte: em vez de mudarmos o seu médico, você muda de médico.