quinta-feira, maio 2, 2024
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Plagiando Willian Shakespeare (*), existe algo de podre na intervenção do HSS

Faltando cerca de três semanas para completar um ano da intervenção no Hospital São Salvador através de um decreto considerado por boa parcela da população alemparaibana como um golpe bem orquestrado daquela que pode ser taxada da mais desastrada administração que o município de Além Paraíba já teve em sua história, várias situações recentemente ocorridas na centenária instituição estão sendo escondidas do público em geral, inclusive de parte da imprensa, valendo ressaltar que alguns veículos de comunicação do município até possuem conhecimento de tais fatos, mas se fingem de cegos, surdos e mudos devido a benesses que lhes são oferecidas pelos cofres públicos municipais.

De pouco mais de dois meses seguidos, antes da realização do primeiro turno das eleições de 03 de outubro, inúmeras tentativas de obter informações sobre situações que estariam ocorrendo na centenária instituição foram efetivadas pelo Jornal Além Parahyba, nem todas infrutíferas. Entre as informações que foram obtidos frutos, que estavam seladas através de sete chaves pelo órgão interventor, no caso a municipalidade alemparaibana com conhecimento do Legislativo Municipal, a principal era a de que a intervenção acabou sendo um tiro no escuro sem qualquer resultado como previsto, muito pelo contrário, como esperado por muitos, tem sido um dos maiores desastres devido a incompetência e o total desconhecimento da realidade existente em todas as Santas Casas brasileiras.

Um desses desastres é o não pagamento dos salários dos médicos contratados para o atendimento no PS da instituição, que até dias atrás estava atrasado por quatro meses. Segundo relato de uma conversa em rede social por servidores da instituição, dias atrás um desses quatro salários teria sido pago, valendo ressaltar que as mesmas fontes afirmam que somente médicos que atendem na UTI do HSS estavam com o salário em dia. Por que será? Esse é um questionamento que deveria ser respondido por um médico grande incentivador do decreto municipal, que passou a atuar na atuar na UTI pós-intervenção e hoje teria sua filha também lá atuando.

Outra situação envolvendo pagamento de salários, relatado pelos mesmos servidores da instituição, os proventos dos funcionários do HSS deste mês de dezembro foram pagos em duas parcelas, uma no dia 05, e a outra seria ontem, quinta-feira (15). Sobre o 13º salário dos profissionais que lá atuam, a mesma fonte deixou claro que inexiste qualquer previsão de quando será pago, acreditando que isto somente acontecerá no próximo mês de janeiro.

A situação do Hospital São Salvador já era difícil antes da intervenção, tendo piorado consideravelmente a partir do dia 07 de janeiro, ocasião em que, por um meio que grande parte da população acredita ser ilegal, isto porque se trata de uma instituição de caráter particular sem fins lucrativos, vivendo exclusivamente de recursos provenientes, em sua maioria, do atendimento a pacientes do SUS, planos de saúde, subvenções públicas nem sempre honradas pelos titulares desses órgãos públicos e doações de particulares. A administração do HSS ressalta-se, é feita através de um Conselho Diretor formado na sua maioria de membros da comunidade (todos afastados pelo decreto de intervenção) que elegem seu provedor e sua gerência administrativo-financeira.

A ocasião da intervenção, como já mencionado repleta de criticas por grande parte da população que considerou o ato ter sido despótico, o prefeito Miguelzinho escolheu para ocupar o cargo de interventor o seu chefe de gabinete, conhecido como Robertinho, que acabou trocando os pés pelas mãos na tentativa de gerenciar a instituição. Entre tantas atrapalhadas, quase mandou para o “ferro-velho” um aparelho de Raios-X por entender que este seria antiquado apesar de pleno funcionamento. Dando sequência a essa série de atrapalhadas e desmandos, o então interventor demitiu vários funcionários com o único propósito, é o que se afirmou por todos os cantos e recantos da cidade, de contratar apadrinhados do governo municipal. Um desses contratados, na verdade desviado da municipalidade para ser o motorista do único veículo do HSS, foi um ex-vereador que acabou sendo afastado após ter sido flagrado numa situação de desvio de combustível.

Um acordo firmado entre o HSS, através da provedoria afastada com o aval do Conselho Diretor e tendo o testemunho do MP da comarca, e a empresa distribuidora de energia elétrica, Energisa S/A, acabou não sendo honrado durante a gestão do interventor em questão. Tal acordo, de conhecimento público já que foi mencionado em várias ocasiões pelos veículos de comunicação, inclusive por este Jornal Além Parahyba, era de que a instituição, que tinha um grande débito com a empresa em questão, passaria a pagar a conta de energia do mês juntamente com uma atrasada, sem juros ou correção monetária, o que seria bastante compensador para as partes envolvidas. A informação que existe sobre tal acordo é que ele acabou sendo lançado na latrina, ou seja, nem o pagamento do mês e nem o atrasado. Atualmente, quase um ano da dita intervenção, inexiste qualquer informação sobre quantas contas foram pagas e quantas deixaram de ser.

Além dessas contas de fornecimento de energia elétrica, acredita-se que as de fornecimento de água potável pode ter tido o mesmo destino, assim como os de tributos diversos, como INSS, Imposto de Renda Retido na Fonte, Fundo de Garantia de Tempo de Serviço e outros, que sempre foi apregoado pela municipalidade que seriam quitados em menos de seis meses, tanto que, é o que circula pelas ruas da cidade, teria sido realizado um grande aporte financeiro por parte da prefeitura, com aprovação da Câmara Municipal, de algo em torno de seis a sete milhões de reais.

Não bastassem essas situações, o quantitativo de reclamos pela queda da qualidade do atendimento à população no HSS atingiu um patamar altíssimo, sem contar no cabide de emprego que ali foi instituído.

Com a substituição de Robertinho por Ana Karime, ao que parece trocou-se alhos por bugalhos, tanto que esta teria decidido, é o que também está afirmado entre servidores, entregar o cargo, sendo substituída por um certo Julian, que posteriormente seria substituído por outra pessoa de Belo Horizonte. Tal informação vem seguida da afirmativa de que, a partir de janeiro, o prefeito, contrariando a premissa existente no Estatuto Social da instituição, a tomaria para a municipalidade, até mesmo alterando o nome de Hospital São Salvador para Hospital Municipal São Salvador. Tal pretensão do prefeito teria o apoio e recomendação de sua procuradoria jurídica que, acredita-se, pode ter descoberto alguma “brecha” para tal, e até mesmo já teria engatilhada a contratação de uma empresa especializada em administração hospitalar, injetando-lhe altíssimos recursos financeiros para a sua funcionalidade.

Tal municipalização, é o que já cantam alguns passarinhos, já conta com o apoio da maioria dos representantes do povo, no caso os vereadores, que tem se mostrado totalmente subservientes aos ditos do chefe do executivo municipal, balançando suas cabeças em sinal de consentimento de tamanha aberração. Talvez, relatou um conhecido membro afastado do Egrégio Conselho do HSS, esse posicionamento da vereança se dá devido o atual período natalino, plagiando assim o dito popular “balançando a cabeça tal e qual vaca de presépio”.

Nos anexos abaixo, mostramos prints de conversas entre funcionários do HSS sobre o assunto ora levado ao conhecimento da população, bem como das autoridades existentes no município caso estas não estejam cientes do afirmado, entres estas o Judiciário, o Ministério Público, a Subseção da OAB e outras.

(*) Willian Shakespeare foi um poeta, dramaturgo e ator inglês, ido como o maior  escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo. É chamado frequentemente de poeta nacional da Inglaterra e de “Bardo do Avon”.