quarta-feira, maio 1, 2024
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Kalil só perde para Lula e Tebet em arrecadação para campanha eleitoral

Ex-prefeito de BH recebeu R$ 16 milhões; verba veio toda do PSD e se aproxima do teto de gastos.

Kalil fez campanha em Caratinga ontem, terça-feira (30) — Foto: Leandro Couri/Coligação Juntos Pelo Povo de Minas Gerais

O ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) é o terceiro político que mais recebeu recursos para a campanha eleitoral em todo o país e o primeiro entre os candidatos a governos estaduais. Kalil recebeu R$ 16 milhões do Fundo Eleitoral e Partidário, ficando atrás somente de candidaturas presidenciais. O primeiro da lista, segundo dados levantados nas declarações parciais divulgadas pela Justiça Eleitoral, é o ex-presidente Lula (PT), que recebeu 66,8 milhões. Em seguida, aparece a candidata do MDB, Simone Tebet, que já arrecadou R$ 30 milhões.

Os R$ 16 milhões de Kalil partiram integralmente do PSD e se aproximam do teto de gastos para a campanha ao governo no Estado estabelecido pela Justiça Eleitoral: R$ 17,6 milhões.

Comparações

No ranking dos políticos que mais receberam até agora, Kalil aparece na frente até mesmo de presidenciáveis, como o presidente Jair Bolsonaro (PL), um dos candidatos que mais receberam doações de terceiros para a alavancar a campanha. O presidente arrecadou R$ 12 milhões – R$ 10 milhões vieram do diretório nacional do PL, e R$ 2,3 milhões, de pessoas físicas.

O ex-prefeito de Belo Horizonte conseguiu mais relevância em termos financeiros até mesmo que grandes nomes do maior colégio eleitoral do país. O candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT) recebeu R$ 14,7 milhões para a campanha. Pelo menos 66% dessa verba (R$ 9,7 milhões) veio do PT. Já o atual governador paulista, Rodrigo Garcia (PSDB), candidato à reeleição, é responsável por R$ 13,9 milhões, sendo R$ 8,7 milhões doados pelo diretório nacional do PSDB.

Disputa em Minas

Kalil é também o candidato que mais recebeu aporte para a campanha se comparado com os demais adversários ao Palácio Tiradentes. O atual governador Romeu Zema (Novo) tem 37,5% da verba do ex-prefeito de Belo Horizonte para fazer a campanha.

Segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral, o candidato do Novo recebeu R$ 6,1 milhões do diretório estadual e mais R$ 105 mil que vieram de doações de pessoas físicas.

Na sequência, aparecem o senador Carlos Viana (PL) e o ex-deputado Marcus Pestana (PSDB), com R$ 4 milhões e R$ 2,3 milhões, respectivamente. Lorene Figueiredo (PSOL) e Vanessa Portugal (PSTU) aparecem no fim da lista, com R$ 1,3 milhão e R$ 30 mil, respectivamente.

Candidatura tem dimensão e repercussão especiais, diz PSD

Segundo as regras da Justiça Eleitoral, os partidos decidem como vão distribuir os recursos do Fundo Eleitoral. No caso de Alexandre Kalil, todo o dinheiro para a campanha, até então, tem origem em repasses da direção nacional do PSD.

Em Minas, além dele, a sigla repassou verba apenas para sete postulantes. Os deputados federais Stefano Aguiar, Ismar Marão, Subtenente Gonzaga, Misael Varela, Luiz Fernando e Diego Andrade receberam R$ 900 mil. O deputado estadual Cassio Soares arrecadou R$ 585 mil da legenda.

O senador Alexandre Silveira (PSD), candidato à reeleição, abriu mão do fundo alegando que ele precisa de “critérios mais claros e transparentes sobre a sua distribuição”.

Em nota, o PSD justificou a quantia doada a Kalil argumentando que a candidatura dele tem repercussão nacional e uma dimensão especial devido à sua votação expressiva na última eleição para a prefeitura, em 2020. A campanha de Kalil não respondeu aos questionamentos sobre os repasses.

Entenda as regras

Fundo Eleitoral: O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) distribuiu R$ 4,9 bilhões para o Fundo Especial de Financiamento de Campanha. O dinheiro deve ser usado exclusivamente no financiamento das campanhas eleitorais. As siglas devem prestar contas, e as sobras, devolvidas para o Tesouro Nacional.

Repasses: Do total do fundo, 98% é distribuído com base na representação dos partidos no Congresso. Os outros 2% são divididos igualmente entre as siglas. Por terem as maiores bancadas, o União Brasil recebeu R$ 758 milhões, o PT ganhou R$ 499 milhões; o MDB, R$ 377 mi; o PP, R$ 374 mi; e o PSD, R$ 345 mi.

Teto de gastos: O TSE fixou em R$ 88,3 milhões o limite de gastos das campanhas presidenciais de primeiro turno. No segundo, mais R$ 44,2 milhões. Para governador e senador, o teto varia conforme o número de habitantes de cada Estado. Em Minas, os candidatos ao governo poderão gastar R$ 17,6 milhões no primeiro turno e mais R$ 8,8 milhões no segundo. No Senado, o limite é de R$ 5,3 milhões. Para deputados federal e estadual, o limite é de R$ 3,1 milhões e R$ 1,2 milhão, respectivamente.

Saiba quem mais recebeu doações:

Luiz Inácio Lula da Silva (PT): R$ 66,8 milhões (Presidência)

Simone Tebet (MDB): R$ 30 milhões (Presidência)

Alexandre Kalil (PSD): R$ 16 milhões (Governo de MG)

Fernando Haddad (PT): R$ 14,7 milhões (Governo de SP)

Rodrigo Garcia (PSDB): R$ 13,9 milhões (Governo de SP)

Bolsonaro (PL): 12 milhões (Presidência)

Ciro Gomes (PDT) (Presidência) e Danilo Jorge de Barros Cabral (PSB) (Governo de PE): 10 milhões

Marcelo Freixo (PSB) (Governo do RJ) e Soraya Thronicke (União Brasil) (Presidência): R$ 9 milhões

Anderson Ferreira (PL): R$ 8,2 milhões (Governo de PE)

ACM Neto (União Brasil): R$ 7,5 milhões (Governo da BA)

Presidência

Luiz Inácio Lula da Silva (PT): R$ 66,8 milhões

Simone Tebet (MDB): R$ 30 milhões

Bolsonaro (PL): 12 milhões

Ciro Gomes (PDT): R$ 10 milhões

Soraya Thronicke (União Brasil): R$ 9 milhões

Constituinte Eymael (DC): R$ 1,1 milhão

Pablo Marçal (PROS): 1 milhão

Leo Péricles (UP): R$ 800 mil

Vera Lúcia (PSTU): R$ 800 mil

Felipe D’Avila (Novo): R$ 750 mil

Roberto Jefferson (PTB) e Sofia Manzano (PCB) ainda não prestaram contas à justiça eleitoral

Governo de Minas

Alexandre Kalil (PSD): 16 milhões

Romeu Zema (Novo): R$ 6,1 milhões

Carlos Viana (PL): R$ 4 milhões

Marcus Pestana (PSDB): R$ 2,3 milhões

Lorene Figueiredo (PSOL): R$ 1,3 milhões

Vanessa Portugal (PSTU): R$ 30.750

Cabo Tristão (PMB), Indira Xavier (UP), Lourdes Francisco (PCO), Renata Regina (PCB) ainda não prestaram contas à Justiça Eleitoral

Senado Minas

Marcelo Aro (PP): R$ 800 mil

Bruno Miranda (PDT): R$ 500 mil

Sara Azevedo (PSOL): 451.936 mil

Alexandre Silveira (PSD): R$ 280 mil

Cleitinho (PSC): R$ 154 mil

Pastor Altamiro (PTB): R$ 105 mil

Irani Gomes (PRTB): R$ 3.500 mil

Dirlene Marques (PSTU), Naomi de Almeida (PCO) ainda não prestaram conta à justiça eleitoral

Fonte: O Tempo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – Por Letícia Fontes