quinta-feira, maio 2, 2024
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A policial que tentou, mas não conseguiu evitar a tragédia em Foz

OPINIÃO

Por Alexandre Garcia (*)

Momento da confusão do lado de fora do salão, quando Guaranho deixa o local e, 10 minutos depois, retorna e faz os disparos que mataram Arruda.| Foto: Reprodução/Internet

Se você está procurando imagens da tragédia, do tiroteio em Foz do Iguaçu, preste atenção numa policial civil, que era a companheira do morto. Se a policial Pâmela Suellen Silva tivesse conseguido o seu intento, não teria acontecido nada disso. Ela tentou apaziguar os dois, separá-los, mas foi impossível. A gente vê que o policial penal chega de carro à Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu e certamente fica revoltado ao ver que o aniversário havia se tornado um comício pró-Lula. Ele diz alguma coisa, o aniversariante vem lá de dentro e joga uma pedra na direção dele. Em seguida, vem a companheira do aniversariante, a policial civil, e tenta separá-los; parece que estavam se xingando, e o policial penal vai embora, certamente para buscar uma arma.

O policial municipal que morreu ou já estava armado ou foi pegar a arma no carro; então, quando volta o policial penal, começa o tiroteio. O policial que morreu deu cinco ou seis tiros; o que está na UTI, em estado grave, deu dois ou três tiros, mas foram tiros fatais. Quando chega o policial penal, a policial civil ainda tenta contê-lo, mostra o distintivo já diante da arma apontada. Ela insiste para que ele pare, mas ainda assim ele entra; ele estava armado, ela não pôde fazer nada. Ela ainda foi ao carro pegar a arma, apelou para a arma porque não tinha outra saída. Uma atitude perfeita da policial Pâmela.

O pior de tudo é o sujeito caído no chão – o que está na UTI –, sendo chutado pelos outros. Foi quase um massacre, eu não sei quais foram os ferimentos mais graves, se os da bala ou os chutes na cabeça, rosto, tórax, costas. É terrível esse radicalismo do ódio. As pessoas não são a favor do seu candidato, são contra o outro. Parece que é assim que a coisa funciona.

Um criminoso de jaleco e um herói da medicina

E seguimos vendo casos de polícia, como o desse anestesista em São João de Meriti, Giovanni Quintella Bezerra, que provavelmente será doutor por pouco tempo, porque o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro já abriu processo. Foi flagrado porque a enfermagem desconfiou e filmou o ato obsceno dele com uma parturiente, que estava anestesiada para fazer uma cesárea. Incrível a tara desse sujeito.

Por outro lado, temos esse herói da medicina, fazendo residência em anestesia, Vitor Procópio Trindade, que teve uma homenagem no cemitério, helicóptero da polícia jogando flores, ambulâncias e motos do Samu, todos homenageando esse jovem médico de 27 anos que trabalhou com tanto humanitarismo, tanta caridade e amor ao próximo. Tanto que se doou totalmente; o enterro demorou alguns dias para que retirassem os órgãos que ele doou.

Bolsonaro chamará embaixadores para falar das eleições de 2014 e 2018

Por fim, o presidente Bolsonaro anunciou que está convidando os embaixadores credenciados em Brasília para ouvirem um relato que ele vai fazer, documentado, do segundo turno da eleição de 2014, e dos dois turnos de 2018. Nós sabemos como foi 2014, aquele apagão. Aécio estava na frente e, de repente, depois do apagão, Dilma na frente. O PSDB passou quase 100 dias para fazer auditoria e concluiu que aquilo não era auditável.

O presidente Bolsonaro chegou a dizer que não convida os jornalistas porque sabe que eles vão distorcê-lo, então está convidando os embaixadores, porque chegam notícias distorcidas no exterior e é preciso saber a verdade. Ele lembrou que o TSE convidou as Forças Armadas diretamente, não através do seu comandante supremo, o que é estranho, um erro de protocolo; parece que a corte não leu bem a Constituição. As Forças Armadas foram, fizeram sugestões que não foram aceitas. Então ele se queixou que Fachin não quer conversar mais sobre isso, parece que age como um ditador. É bom a gente lembrar que os ministros do Supremo, do TSE, são servidores do público, do público eleitor, que quer garantir uma apuração segura e transparente.

 (*) Alexandre Garcia é jornalista e colunista em vários jornais brasileiros

Fonte; Jornal Gazeta do Povo