domingo, maio 5, 2024
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Vereador é condenado a cinco anos de reclusão por esquema de rachadinha em Muriaé

Carlos Delfim Soares Ribeiro, um dos alvos da Operação ‘Catarse’, seria responsável pelo esquema operado no Câmara Municipal. Pena será cumprida em regime semiaberto.

Carlos Delfim, vereador de Muriaé — Foto: Reprodução/Silvan Alves

Carlos Delfim Soares Ribeiro, vereador de Muriaé, foi condenado a cinco anos e quatro meses de reclusão por envolvimento em um esquema de rachadinha operado na Câmara Municipal. Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), ele é apontado como principal responsável pela prática do crime.

A pena será cumprida no regime semiaberto, sendo mantido o afastamento dele do cargo público.

O caso foi julgado pela Vara Criminal da Comarca de Muriaé.

O vereador, de 41 anos, ainda responde criminalmente por outros 178 crimes de peculato e dois delitos de lavagem de dinheiro, ação que ainda está em andamento no Poder Judiciário.

Carlos Delfim já vinha sendo alvo do Ministério Público desde fevereiro de 2022, quando uma ação pedia o afastamento cautelar do vereador por ato de improbidade.

Operação Catarse

O parlamentar foi um dos investigados dentro da Operação “Catarse”, iniciada em 2021, com participação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Zona da Mata, Promotoria do Patrimônio Público de Muriaé e polícias Civil e Militar.

Segundo o Ministério Público, servidores públicos eram forçados a repassarem parte dos vencimentos a vereadores. Os funcionários também eram coagidos para realizarem empréstimos bancários para a concretização dos delitos.

Dessas vítimas, algumas declararam que ficaram endividados e chegaram a adoecer em razão das ameaças indiretas perpetradas pelos investigados.

A operação apura também a prática dos crimes de corrupção passiva, concussão (exigência de vantagem indevida em razão do cargo), peculato, fraude à licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Ao todo, mais de R$ 12 milhões de investigados estão bloqueados.

Outros vereadores, assim como ex-vereadores, postos de gasolina, construtoras e empresários dos municípios de Muriaé, Divino, Cataguases, Viçosa e Visconde do Rio Branco estão entre os investigados.

O g1 entrou em contato com a Câmara Municipal de Muriaé, que informou que vereador Carlos Delfim está afastado do cargo por decisão judicial desde novembro de 2021 e encontra-se em fase final os trabalhos da Comissão Processante, instaurada em agosto de 2022, para apurar as denúncias apresentadas a esta Casa contra o Vereador.

“Ambas as partes (denunciante e denunciado) já foram ouvidas e está sendo aguardada apenas a apresentação da última defesa do Vereador para que o caso vá a julgamento em Plenário pelos vereadores”, afirmou o Legislativo em nota. .

Esquema criminoso

Conforme as investigações, o esquema criminoso emitia notas fiscais frias no intuito de legitimar o pagamento ilícito de verbas de gabinete aos parlamentares investigados, inclusive no cenário de empresas registradas em nome de terceiros (laranjas).

Além disso, também se apura a ocorrência de um complexo esquema de desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro, em especial quanto à contratação de empresas aparentemente de fachada pelo município, que pode ter gerado um dano ao erário superior a R$ 10 milhões.

Fonte: G1 Zona da Mata — Muriaé