sábado, maio 11, 2024
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Maripá de Minas realizou o primeiro festival de cachaça da Zona da Mata

O evento visou fomentar a economia e a cultura, além de divulgar a história da bebida.

O primeiro Festival da Cachaça da Zona da Mata aconteceu no final de semana em Maripá de Minas, no Centro de Convivência Manoel Gonçalves da Cruz. Localizada a 85 quilômetros de Além Paraíba, a cidade sediou o festival que busca fomentar a economia e a cultura, além de divulgar a história da bebida. O evento, além de reunir expositores de toda a região, também contou com shows de música e palestras que falaram sobre o tema. A entrada foi gratuita, e o evento contou com o apoio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.

Minas Gerais é considerada o estado com maior produção de cachaça do país. Para o organizador do evento, Danilo Martins, é importante reconhecer a importância da Zona da Mata dentro desse cenário. “A região é tradicionalmente conhecida como um dos pólos de produção de cachaça, a nível quantitativo e também qualitativo, porque tem produtos de muita qualidade aqui”, explica. Em sua visão e experiência, o que falta é uma discussão séria que coloque a cachaça como centro de análise do ponto de vista cultural e econômico – e por isso surgiu a proposta do festival. “Estamos levando em conta, para isso, três diferentes pilares: economia, cultura e educação”, afirma.

O organizador explicou que o objetivo era reunir produtores de cachaça de toda a região, para que eles pudessem expor seus produtos, realizar degustações e a venda dos mesmos. Entre as presenças que participaram, estavam representantes das cachaças Arbórea, de Pirapetinga, Cabilê, de Piau, Dona Cana, de Rio Novo, Duim, de Guarará, Duquesa, de São João Nepomuceno, Mais Uma, de Maripá de Minas, Pererinha, de Mar de Espanha, e Seleção João Simonsini, de diversas localidades. Além disso, explicou Danilo Martins, o festival é importante por valorizar aspectos culturais relacionados à cachaça e à cultura rural, fazendo com que o festival tenha uma função educativa.

“Coloca a cachaça dentro de um contexto histórico, relacionando também com a gastronomia, com pratos e drinks feitos com a cachaça, e a importância da regulamentação da bebida do ponto de vista sanitário e fiscal, para que esse produto, que é uma identidade nacional, de referência regional, tenha a projeção que merece”.

Danilo também explicou que fomentar esse conhecimento ajuda a gerar negócios entre os produtores, aproximando-os dos comerciantes e da população em geral. A iniciativa de realizar o festival em Maripá de Minas, em sua visão, ocorreu por um movimento de “descentralização da cultura”, que busca levar para cidades do interior eventos de qualidade. “Com a escolha, levamos à população da cidade e do entorno um evento que, provavelmente, só encontraria na capital ou em grandes cidades do estado.”

Mais do que uma bebida

Tanto o evento quanto as palestras foram destinadas para a população em geral e tiveram por objetivo incentivar discussões acerca da aplicação da cachaça. “Essa bebida é um produto que, por muito tempo, foi tratado como marginal, mas que, gradativamente, vem conseguindo o reconhecimento como produto de identidade nacional.” A proposta foi também abordar aspectos históricos e sociais do produto. “A cachaça representa brasilidade, parte de rotinas, encontros e festas da população. Um festival que coloca a cachaça como a grande protagonista eleva o status desse produto que é tão relevante para a população e para a economia.”

A meta, afirmou, é que, no futuro, a Zona da Mata adote o festival em seu calendário oficial, permitindo a realização de edições anuais.

Fonte: Tribuna de Minas | Foto: Prefeitura de Ivoti – divulgação