Dr. Paulo Goldstein, prefeito de Além Paraíba, relata na Câmara Municipal que rombo no Hospital São Salvador ultrapassa R$ 20 milhões.
Em sua fala aos membros da edilidade alemparaibana, Dr. Paulo Goldstein apontou uma série incontável de irregularidades cometidas pela gestão do ex-prefeito Miguelzinho.

Enfatizando que nesse primeiro mês de seu mandato como prefeito seu governo foi voltado, na maioria de suas ações, a “apagar incêndios” deixados por seu antecessor, o ex-prefeito Miguel Belmiro de Souza Júnior, o prefeito de Além Paraíba, Dr. Paulo Henrique Marinho Goldstein listou na Reunião Ordinária da Câmara Municipal realizada ontem, segunda-feira (03), inúmeras situações herdadas que o deixaram indignado. Foi um relato que para muitos alemparaibanos não causaram surpresa, em especial por uma pequena parte da imprensa alemparaibana, aquela que em momento algum se curvou ou foi tomada pela cegueira adquirida através das benesses de favores recebidos ao longo de todo um período.
No seu relato, que pode ser verificado ao final desta reportagem, Dr. Paulo Henrique deixou claro que recebeu o município com uma sensação de terra arrasada, tendo citado:
· Ruas mal cuidadas
· Limpeza Pública negligenciada
· Saúde aos frangalhos
· Cenário de descaso e desmando administrativo
· Vários contratos sem a devida fiscalização
· Prédios públicos deteriorados dignos de interdição através da Vigilância Sanitária
· Serviços essenciais sucateados
· Máquina administrativa assolada de irregularidades
· Veículos e máquinas transformados em sucata
· Veículos alugados sem controle e manutenção
· Acúmulo de multas de trânsito sem que os responsáveis fossem responsabilizados
· Compra de imóvel para o funcionamento da Casa de Passagem com provável irregularidade
· Incontáveis irregularidades que serão apuradas pela Controladoria Municipal
· Entre outras…
O Chefe do Poder Executivo Municipal de Além Paraíba ainda relatou que inúmeros recursos do Estado e da União podem ser perdidos devido o descaso com que algumas situações obrigatórias deixaram de ser atendidas, como é o caso da criação do Conselho Municipal de Esportes, o que levará o município alemparaibano perder um repasse de mais de R$ 1 milhão do ICMS Esportivo.
Vale ressaltar, e é o que leva a crer, dos atuais vereadores que hoje integram o corpo da Casa do Povo, à exceção dos seis novos que foram empossados em 1º de janeiro, todos os demais certamente tinham conhecimento ou fingiam desconhecer esses fatos relatados pelo prefeito. É inadmissível algum afirmar que não sabiam!
HSS tem um déficit de mais de R$ 20 milhões, afirmou o prefeito alemparaibano
Outra grave situação levantada pelo prefeito alemparaibano diz respeito ao rombo que foi encontrado no Hospital São Salvador, alvo de uma Intervenção Municipal esdrúxula promovida pela administração municipal anterior já que aquela instituição é particular e não pública, sem fins lucrativos.
Segundo Dr. Paulo Henrique, o déficit encontrado é superior a R$ 20 milhões, valendo ressaltar que nenhum titulares da Interventoria nomeada pelo ex-prefeito em momento algum prestou contas ao público em geral do que foi feito já que aquela Casa de Caridade, segundo consta de sua história, foi criada com recursos financeiros advindos de doações do povo, pelos idos de 1908, sem que a municipalidade tivesse aportado um mísero centavo que fosse.
À ocasião da Intervenção Municipal, o então prefeito Miguelzinho chegou a contratar uma empresa, a MB Auditores Independentes Sociedade Simples-ME, CNPJ nº 03.805.426/0001-00, com sede no município paulista de Bebedouro, na ordem de R$ 45 mil, para prestar os serviços de auditoria no HSS logo após a dita intervenção. A empresa em questão foi contratada com a égide de ENEXIGIBILIDADE, Processo nº 003/2022, sendo que a empresa em questão teria apresentado relatórios referentes aos anos de 2019 até 2021. Os relatórios, que deveriam ser tornados públicos, não foram, até ontem, apresentados, o que deixa em dúvida se foram encontradas irregularidades da então Provedoria, Diretoria e Conselho Diretor da instituição que foram afastados.
O Jornal Além Parahyba, cujo editor, Flávio Senra, em certa ocasião fez parte do Conselho do HSS, durante todo o período da interdição teceu críticas incisivas ao processo criado, na opinião do veículo de comunicação, com cunho pessoal e familiar envolvendo o ex-prefeito, autor do ato, contra sua própria irmã, a enfermeira Bethânia Reis de Souza, que era diretora administrativa da instituição e ex-esposa do então provedor na ocasião, o médico Dr. Rafael Graciolli da Silva, este certamente o principal alvo da interdição.
Vale ressaltar, Dr. Rafael Graciolli, quando assumiu a provedoria, encontrou a instituição com uma dívida de mais de R$ 14 milhões, valores herdados de gestões anteriores. Esses valores aos poucos foram diminuindo, chegando a algo em torno de R$ 9 milhões, cerca de 35% de redução da dívida herdada por ocasião em que o ex-prefeito Miguelzinho promoveu a interdição.
Outra ressalva que deve ser levada neste momento, é que quem esteve à frente do Hospital São Salvador por ocasião do combate à famigerada Pandemia de Covid-19 que assolou todo o planeta, foi nada mais nada menos que o então provedor Dr. Rafael Graciolli, que sabiamente montou uma equipe dentro da instituição destinada a atender somente os contaminados pela terrível doença. Foram mais de 3 mil atendimentos, grande parcela desses atendidos sendo internados sem qualquer perspectiva de cura, sendo que graças ao trabalho da equipe então montada incontáveis retornaram aos seus lares e ao convívio familiar. Em vários momentos em que a interdição do HSS foi comentada e criticada neste veículo de comunicação através de reportagem ou de Editorial, aqui foi salientado que se não fosse a atuação da equipe montada pelo provedor interditado, Além Paraíba não teria os pouco mais de 170 vítimas fatais pelo coronavírus, mas sim seriam pelo menos de oito a nove centenas de óbitos junto a população alemparaibana.
Levando-se em conta os números apresentados que integram a dívida atual do Hospital São Salvador, o fato real que pode ser levado em consideração é que os interventores nomeados pelo ex-prefeito, que chegou a aportar mais de R$ 10 milhões nas mãos destes, é que deveriam ser taxados, juntamente com o então gestor do município, como os grandes responsáveis não só pela dívida atual, mas também pelo total sucateamento da instituição criada pelo emérito e saudoso médico Dr. Paulo Joaquim da Fonseca, pelos idos, com já dito anteriormente, de 1908.
Diante desses fatos e das denúncias promovidas pelo prefeito Municipal alemparaibano na reunião da Câmara Municipal realizada ontem, segunda-feira (03), agora resta aguardar o que virá pela frente, seja por parte da municipalidade que teria poderes para promover uma sindicância repleta de provas, bem como dos membros da Casa do Legislativo Municipal, e porque não também do Ministério Público e do Judiciário da Comarca de Além Paraíba, valendo inclusive ressaltar que o MP também grande participação do Processo de Intervenção Municipal do Hospital São Salvador.
Abaixo:
· Teor do Contrato entre a Prefeitura Municipal de Além Paraíba e a empresa MB Auditores Independentes Sociedade Simples-ME.
· Vídeo com o relato do prefeito Dr. Paulo Henrique Marinho Goldstein realizado ontem, dia 03 de fevereiro, na Câmara Municipal de Além Paraíba.