Criança morre no HSS e familiares acusam instituição, que está sob intervenção municipal, de erro médico
Segundo veículo de comunicação da cidade, a interventora afirmou que erro médico não existiu.
Durante todo o dia de ontem, terça-feira (17), a rede social alemparaibana foi tomada por afirmativas de familiares de que uma criança, de apenas 03 anos de idade, falecera no Hospital São Salvador e que seu óbito era conseqüência de erro médico.
Segundo informações obtidas através de familiares, o menor S.O. teria dado entrada, no domingo (15). O garoto estava há três dias sem evacuar, e que a responsabilidade de sua morte teria sido o atendimento oferecido pela na instituição hospitalar que está sob intervenção municipal desde 2021. O) atestado de óbito da criança indica que a mesma falecera por fasciíte necrosante.
Não foi verificado qualquer Nota de Esclarecimento divulgado pela instituição, mas segundo um veículo de comunicação alemparaibano, o Jornal A Gazeta, a interventora, Ana Karina Pires, teria dado as seguintes explicações sobre o fato:
“Ao dar entrada no Hospital apresentando constipação intestinal, a médica pediatra Dra. Ana Paula o atendeu a criança, realizou exame locais e constatou vermelhidão e fissuras na região anal. Em razão da prisão intestinal por 3 dias foi realizado um procedimento clamado clister (enema), quando é introduzido soro fisiológico no intestino do paciente para provocar a evacuação. Por se tratar de uma criança, a Médica teve o cuidado de indicar o procedimento com sonda de baixíssimo calibre (grossura). O procedimento foi realizado na presença de familiares. Após evacuar a criança seguiu internada na Pediatria recebendo tratamento.
Na segunda feira, dia 16, o Médico Carlos Augusto Rodrigues, também pediatra, passou visita para avaliar o caso e constatou que a vermelhidão e fissuras na região anal já haviam evoluído para feridas com sinais de necrose, razão pela qual de imediato o Hospital São Salvador solicitou transferência para Hospital com maiores recursos. A vaga a princípio foi negada já que o nenhum Hospital tinha cirurgião pediátrico que poderia ser necessário no caso.
A criança testou positivo para Dengue. Na manhã de hoje (17) o quadro se agravou. Para melhor atendimento, mesmo sem possuir UTI Infantil, o Hospital com autorização da Gerência Regional de Saúde de Leopoldina levou a criança para a Unidade de Terapia Intensiva do HSS. A criança foi todo o tempo a criança acompanhada pela Dra. Ana Paula Monsores que aplicou todas as terapias possíveis, realizando exames e procedimentos necessários.
O agravamento do caso foi constatado na criança que passou a apresentar sinais de necrose numa das mãos. Os médicos entenderam se tratar de uma doença chamada Fasciíte Necrosante. Esta é uma Infecção bacteriana grave que destrói o tecido debaixo da pele. A doença conhecida pela bactérias conhecida como devoradoras de carne (Streptococcus do grupo A e Staphylococcus) ocorre quando tais patógenos entram no corpo causando danos sérios e rápido agravamento do caso. Foi novamente solicitada a transferência, desta vez autorizada para o Hospital São Paulo, em Muriaé.
O SAMU foi acionado para a transferência por volta das 9 horas do dia 17, terça feira, mas alegando estar em outro atendimento chegou ao Hospital São Salvador por volta de 14 horas, requerendo a intubação do menor para transferi-lo, fato que sequer aconteceu já que dado ao avanço rápido da fasciíte necrosante, o mesmo foi a óbito.
Durante todo o período no Hospital São Salvador não faltou atendimento, o menor foi atendido e acompanhado por pediatras e todas as ações possíveis foram tomadas mas infelizmente não foi possível salvar a criança”, lamentou a interventora do Hospital São Salvador.
“Mesmo ante a comoção pelo falecimento da criança, as redes sociais, grupos de whatsapp estão sendo abastecidos de boatos e notícias falsas, o Hospital fez tudo, os médicos pediatras foram dedicados e tentaram de tudo, a família esteve todo o tempo acompanhando assim como as equipes de enfermagem. É uma tragédia que lamentamos muitos”, concluiu a Interventora do HSS segundo o Jornal A Gazeta.
Apesar da Nota de Esclarecimento oferecido pela interventora Ana Karfine Pires, deve ser lembrado que inúmeros são os reclamos da população alemparaibana e das cidades vizinhas que buscam socorro junto ao Hospital São Salvador. Entre as reclamações, estão:
· o péssimo atendimento no Pronto Socorro existente na instituição onde pacientes dão entrada no caso da necessidade de internação;
· vários equipamentos e aparelhos, como de Raio-X, estão desativados ou quebrados, alguns literalmente sucateados;
· a falta de medicamentos de uso contínuo dentro de qualquer instituição do gênero, o que obriga familiares de pacientes internados a adquiri-los em farmácias da cidade;
· a falta de higiene em quartos utilizados para as internações;
· a não transparência das contas da instituição junto a população já que ela, mesmo que esteja sob intervenção municipal, segundo seu estatuto social é de cunho particular, sem visar lucratividade, daí tem o dever que dar ciência ao público em geral já que quando criada, no início do século XX, foi com o dinheiro da população e não do Poder Público.
Vale ressaltar que recentemente um incêndio, devido problemas na rede elétrica de um dos apartamentos, acabou resultando no óbito de uma paciente que teve mais de 70% do corpo tomado por queimaduras de 3º grau.