HSS virou uma “Casa da Mãe Joana”
Vereador Davi da Paz cobra posicionamento de seus colegas. Salários dos colaboradores do HSS mais uma vez em atraso. Até quando essa sandice que não tem a atenção do poder público constituído voltada vai continuar?
Durante a reunião ordinária realizada ontem, segunda-feira (11), na Câmara Municipal de Além Paraíba, o vereador Davi da Paz levou ao plenário a informação de que, mais uma vez, os salários dos colaboradores do Hospital São Salvador, que está sob intervenção municipal promovida pelo prefeito Miguel Belmiro de Souza Júnior, o Miguelzinho, desde o mês de janeiro do ano passado, não foram pagos integralmente. Na sua fala, o vereador teceu críticas à situação em que se encontra o HSS, deixando nas entrelinhas de sua fala de que a municipalidade alemparaibana, ente interventora, seria a responsável pelo estado em que a centenária instituição, que, aliás, não pertence ao município, ficou desde a intervenção.
Tudo indica que as palavras proferidas pelo vereador Davi acabaram se esvaindo como fumaça no ar já que a maioria de seus colegas sequer esboçou qualquer tipo de apoio.
HSS virou uma “Casa da Mãe Joana”
Desde que sofreu a intervenção municipal idealizada pelo prefeito Miguelzinho e assessores diretos, tudo indica que motivado por razões pessoais, o Hospital São Salvador tem passando por uma situação nunca vista desde que foi criado pelo médico Dr. Paulo Joaquim da Fonseca, isto pelos idos de 1908, com recursos financeiros doados pela população sem que a municipalidade investisse um único tostão.
Por décadas, mesmo enfrentando dificuldades e mais dificuldades, seus provedores, pessoas da comunidade escolhidas a dedo pelos membros de seu egrégio Conselho Diretor, foram capazes de dotar a instituição de equipamentos e mantê-la em pleno funcionamento, buscando pagar em dia seus colaboradores, funcionários e corpo médico, oferecendo aos que buscavam socorro, sejam residentes em Além Paraíba ou não, um atendimento humano e de qualidade.
Nem sempre o dia-a-dia da instituição navegava em águas calmas, e quando as tormentas chegavam estas puderam ser enfrentadas porque todos, do mais alto escalão ao servidor mais humilde, tiveram por lema o legado deixado por seu criador. “Farei desta Casa um reduto de defesa à vossa saúde e dos nossos semelhantes e um templo de Amor ao próximo, onde se pratique a Caridade, essa medicina que emana do Céu, para acalmar as dores e suavizar o infortúnio dos desamparados da sorte, a Caridade que aprendemos nos ensinamentos do Evangelho, a Caridade paciente e benigna, que sabe sofrer e esperar, aureolada sempre pela cintilação da Fé”, disse Dr. Paulo Joaquim da Fonseca por ocasião da entrega da instituição Hospital São Salvador à população alemparaibana.
Ao findar à tarde do dia 07 de janeiro do ano passado, uma sexta-feira (07), uma situação inusitada nunca vista nos anais da história alemparaibana ocorreu, digna do total despropósito e politicamente oportunista, isto para não afirmar criminosa, foi capitaneada pelo prefeito Miguel Belmiro de Souza Júnior, o Miguelzinho, que decretou interdição do Hospital São Salvador por seis meses, destituiu sua diretoria e nomeou seu chefe de Gabinete, José Roberto Monteiro Faria – https://www.jornalalemparahyba.com.br/2022/01/prefeitura-realiza-intervencao-hospital-sao-salvador-por-periodo-de-seis-meses-destitui-a-diretoria-e-nomeia-interventor-para-a-instituicao/.
No decreto, Miguelzinho se esqueceu de citar que tentara tomar o destino da instituição para si, certamente para transformá-la em um palanque eleitoral, tanto que chegou até mesmo a tentar nomear sem êxito seu irmão como provedor da instituição, destituindo o então provedor Dr. Rafael Gracioli, seu ex-cunhado de quem se tornara inimigo mortal. Vale ressaltar, por ocasião da pandemia da Covid-19 que tomou conta de todo o planeta, quem ficou à frente do HSS no enfrentamento à doença que ceifou a vida de milhões, no caso específico de Além Paraíba de 173, havia sido nada mais nada menos que o médico então covardemente destituído que, juntamente com outros quatro profissionais médicos e uma equipe que formou, o número de óbitos na boa terra mineira banhada pelo Rio Paraíba do Sul certamente poderia ter alcançado até mesmo a casa do milhar.
Registra-se também, que nada do que estava inserido no decreto fez menção a qualquer tratamento inadequado conferido aos pacientes suspeitos ou com quadro confirmados de Covid-19. Vale ressaltar, o tratamento a pacientes durante a pandemia, inclusive havia sido alvo, um mês antes da intervenção, de reportagem onde foi citado que, nas dependências do HSS, até os primeiros dez dias de dezembro de 2021, o total de casos confirmados no município alemparaibano ultrapassou a 3,8 mil, com 163 óbitos registrados. No HSS, ressaltou a reportagem, estiveram internados 1.164 pacientes, muitos de outros municípios tanto vizinhos quanto outros distantes do nosso, com um total, infelizmente, de 139 óbitos, ou seja: 1.030 pacientes puderam voltar para casa, junto a seus entes queridos.
Outro registro na reportagem foi de que, dos 167 colaboradores do Hospital São Salvador, 89 foram contaminados pelo Covid-19, com um óbito – a sempre dedicada e saudosa enfermeira Ieda Maria Gomes, falecida em 1º de agosto de 2020. Também citado, o médico Dr. Rafael Gracioli, que estava à frente da equipe de combate à pandemia dentro do HSS, na ocasião sofrera um acidente na BR-393, que resultou em fratura de sua perna, e que mesmo assim ele continuou, dias depois, a atender os pacientes com Covid-19.
Do início da intervenção até os dias de hoje, 12 de setembro de 2023, incontáveis situações grotescas nunca vivenciadas na instituição foram verificadas, a maioria veiculada neste órgão de comunicação (vide ao final links que atestam tal afirmativa, valendo ressaltar que em momento algum a municipalidade alemparaibana que tem atualmente é comandada pelo prefeito Miguelzinho as contestou por ocasião de suas veiculações, ou seja, quem cala consente!).
Algumas situações grotescas que podem ser enumeradas:
· Do início da intervenção até os dias de hoje inúmeras perseguições ao integrantes do quadro funcional do HSS foram verificadas;
· Em certa ocasião, motivado pela incompetência, o então interventor tentou destruir um aparelho de Raios-X e vendê-lo como sucata (o aparelho acabou sendo desmontado), e hoje a instituição não possui aparelho funcionamento;
· Durante a gestão do primeiro interventor, no caso específico o chefe de gabinete do prefeito, um de seus “assessores” abastecia o próprio veículo pessoal com requisição do HSS (tal fato foi denunciado através de notícia no Jornal Além Parahyba);
· Segundo informações oficiosas, o segundo interventor nomeado pelo prefeito fez amplo relatório sobre o objeto da interventoria onde teria relatado que nenhuma irregularidade havia sido encontrada. Tal relatório até ontem, passado já cerca de um ano, nunca foi tornado público;
· O atraso no pagamento dos colaboradores da instituição tornou-se uma constante, sendo raro o mês que isto não ocorreu;
· O 13º salário dos colaboradores do HSS referente ao ano de 2022 não foi pago até a presente data;
· Funcionários foram obrigados por força da lei em saírem de férias, mas não receberam o que era de direito;
· O FGTS, contribuições sociais e obrigações fiscais não estão sendo pagas como deveriam;
· As contas de fornecimento de energia elétrica e água, assim como de fornecedores não estão sendo pagas;
· Médicos plantonistas e de sobreaviso entraram recentemente no Justiça do Trabalho no sentido de receber aquilo que lhes é de direito – alguns destes profissionais tem algo em torno de R$ 250 mil cada um para receber;
· Colaboradores demitidos recentemente entraram na Justiça do Trabalho no sentido de receber aquilo que lhes é devido, como FGTS, 40% do que lhes é direito, férias, 13º proporcional, etc.;
· Os reclamos da população á situação em que se encontra o atendimento ao público em geral é de conhecimento de todas as autoridades constituídas no município, mas ninguém toma uma atitude para resolver o problema que aflige em especial os menos favorecidos;
· Aventa-se a hipótese do prefeito Miguelzinho querer municipalizar o HSS, o que seria ilegal já que a instituição é de cunho particular sem fins lucrativos;
· Existem afirmativas dentro da instituição de que medicamentos estão em falta, assim como gêneros alimentícios para suprirem as necessidades dos pacientes internados e aqueles funcionários que trabalham em regime em que é obrigação da instituição fornecer a alimentação;
· Somente neste ano de 2023, cerca de R$ 6 milhões da municipalidade foram repassados ao HSS e até hoje ninguém sabe dizer onde esses valores foram utilizados (iguais valores, existindo afirmativa de que até mais, foram repassados no ano passado, e igualmente ninguém sabe dizer onde foram utilizados); etc…
EM SUMA, A INSTITUIÇÃO HOSPITAL SÃO SALVADOR, QUE MESMO COM TODAS AS DIFICULDADES QUE SURGIRAM EM TODA A SUA EXISTÊNCIA SEMPRE SOUBE ENFRENTAR AS INTEMPÉRIES, HOJE VIROU UMA VERDADEIRA “CASA DA MÃE JOANA” GRAÇAS A INCOMPETÊNCIA E A SANDICE DE UM ATO ABSURDO DE QUEM, É O QUE PERECE, SOMENTE SABE ENXERGAR O PRÓPRIO UMBIGO…
Links com notícias veiculadas no Portal-Site do Jornal Além Parahyba abordando a intervenção municipal do Hospital São Salvador:
11. https://www.jornalalemparahyba.com.br/2022/04/intervencao-do-hospital-sao-salvador/
12. https://www.jornalalemparahyba.com.br/2022/04/hospital-sao-salvador-2/
14. https://www.jornalalemparahyba.com.br/2022/07/hss-intervencao-mp/
15. https://www.jornalalemparahyba.com.br/2022/07/que-cagada/
16. https://www.jornalalemparahyba.com.br/2022/08/hospital-sao-salvador-3/
20. https://www.jornalalemparahyba.com.br/2022/12/__trashed-3/
24. https://www.jornalalemparahyba.com.br/2023/03/hospital-ou-acougue-sao-salvador-eis-a-questao/
25. https://www.jornalalemparahyba.com.br/2023/03/o-p-i-n-i-a-o-57/
27. https://www.jornalalemparahyba.com.br/2023/04/o-p-i-n-i-a-o-62/
30. https://www.jornalalemparahyba.com.br/2023/05/e-d-i-t-o-r-i-a-l-2/
32. https://www.jornalalemparahyba.com.br/2023/05/e-d-i-t-o-r-i-a-l/
39. https://www.jornalalemparahyba.com.br/2023/09/editorial-6/
